Fiec lança programa de governança ambiental para empresas cearenses

O programa certificará indústria que adotarem medidas sociais, ambientais e de governança

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) lançou nesta semana o Programa e Núcleo de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG). A federação também irá conceder selo Fiec-ESG para as empresas certificadas. 

O objetivo é reconhecer indústrias cearenses que adotem medidas de ESG, termo criado em 2004 que se refere a melhores práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa. 

O tema entra cada vez mais em pauta no mundo dos negócios, tendo ganhado importância para investidores e consumidores. Para além do selo, a Fiec também irá premiar negócios cearenses que tenham melhor pontuação com relação às práticas. 

“O que nós estamos tentando é mudar a mentalidade das empresas, porque o futuro hoje está nas mãos do ESG, todas as economias e governos estão trabalhando focados trabalhando nisso”, defende o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante. 

Para ele, o selo tem um papel importante de prestigiar as indústrias que já têm medidas ESG hoje no Ceará e incentivar novas empresas, da pequena à grande porte, a adotar as práticas. A meta é que empresas ESG se tornem maioria no estado.  

Programa de ESG 

De acordo com o vice-presidente da Fiec, Jaime Bellicanta, o programa prevê um período de 12 meses de adaptação das empresas aos preceitos do ESG. Uma empresa foi contratada para ajudar nessa certificação. 

Para obter o selo, as indústrias precisarão preencher uma série de pré-requisitos, envolvendo desde utilização de recursos hídricos até o desenvolvimento de colaboradores.  

O selo será uma garantia para exportação, para o mercado interno, uma abertura de portas onde terá além de sustentabilidade, mais clientes desejando aquele produto
Jaime Bellicanta
vice-presidente da Fiec

Para o CEO e cofundador da consultoria Ideias Sustentáveis, Ricardo Voltolini, palestrante no lançamento do programa, o ESG é a principal tendência do pós-pandemia. 

“Um programa como esse vai orientar as empresas para que elas possam endereçar seus temas de ESG e se prepararem para o desafio contemporâneo”, coloca 

ESG é tendência 

Voltolini destaca que as práticas podem influenciar diretamente no valor das empresas. 

É uma visão do investidor, que olha para questões sociais, ambientais e de governança, e pensa "quais dessas questões podem representar um risco para o negócio se não forem bem conduzidas". 
Ricardo Voltolini
CEO e cofundador da consultoria Ideias Sustentáveis

Ele exemplifica que algumas medidas ligadas a E (Environmental, ou ambiental) são gestão da água, da energia e dos resíduos, cuidado com o solo e proteção da biodiversidade. Ligado ao S (Social), estão temas como desenvolvimento de funcionários, relacionamento com a comunidade e inclusão e diversidade. 

“Quando falo de temas de G, inclui transparência, código de ética, compliance e, principalmente, acho que esse é o grande desafio e que o programa da Fiec vai endereçar, é fazer com que as empresas saiam de um estágio muito comum do Brasil de terem projetos pontuais de meio ambiente para colocar na estratégia do negócio, porque é isso que vai fazer diferença no final do dia”, diz.