Famílias afetadas por construção da usina de dessalinização terão 'moradia bem melhor', diz Elmano

Novo local escolhido para a instalação da Dessal inclui área de ocupação com 120 imóveis

O governo Elmano de Freitas (PT) garantiu que as 120 famílias que devem ser removidas do novo local onde será construída a usina de dessalinização da Praia do Futuro terão uma 'moradia bem melhor'. 

Na semana passada, o Diário do Nordeste noticiou com exclusividade que a mudança de local da Dessal exigirá um conjunto de ações, incluindo o reassentamento de 120 famílias que atualmente moram na área. 

O novo local escolhido para a usina tem oito hectares e abrange uma área ocupada 120 imóveis. A área também fica ao lado de uma das sedes da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) e do gasoduto da Petrobras que chega até o equipamento petrolífero.

Elmano ressaltou que as famílias ocupam uma área de terreno de marinha, já pertencente à União. O gestor ressaltou que tentará diálogo com os moradores para achar uma solução. 

"Eu penso que nós devemos buscar sempre ter preocupação com as pessoas que moram no entorno do investimento que vai ser feito, de mais de bilhão de reais. Não é razoável, nós termos investimento de bilhões, e as pessoas que estão ali do lado morando em casas velhas, em condições indignas”, afirmou. 

Nós temos que dar conta de ter um investimento bilionário e, ao mesmo tempo, ter a atenção devida e sensibilidade com as famílias que estão morando ali ao redor. [...] Nós vamos buscar encontrar, vamos dialogar com essas famílias para aquelas possam ter uma moradia bem melhor
Elmano de Freitas (PT)
Governador do Ceará

Elmano destacou a importância da usina de dessalinização para a segurança hídrica de Fortaleza. O governador também comentou a importância do Centro Tecnológico que será instalado no terreno onde originalmente seria construída a usina. As declarações foram concedidas em entrevista nesta quarta-feira (19) na inauguração do Complexo Solar Panati, em Jaguaretama.

NOVO LOCAL DA DESSAL NA PRAIA DO FUTURO

O novo projeto da Dessal foi apresentado em reunião no Palácio do Planalto envolvendo representantes da Anatel, o governador Elmano de Freitas (PT), a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), estatal responsável pela usina. 

A apresentação foi feita por Neuri Freitas, presidente da Cagece, com participação do governador Elmano de Freitas durante a fala. O novo projeto fica a 1 km de distância do antigo terreno onde seria construída a Dessal do Ceará. 

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Nas chamadas “ações necessárias” para a instalação da usina, o presidente da Cagece elencou, conforme informações a que o Diário do Nordeste teve acesso:

  • Cessão da área pela Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU/CE);
  • Manifestação da Procuradoria da República no Estado do Ceará (MPF/CE);
  • Reassentamento de cerca de 120 famílias;
  • Realocação e revitalização da areninha;
  • Autorização da Marinha do Brasil;
  • Adequação da Licença Prévia (LP) e da Licença de Instalação (LI);
  • Quatro meses para a instalação dos projetos, tais como geotecnia, topografia, plantas e layout.

MUDANÇA DE LOCAL DA DESSAL

O projeto da usina de dessalinização foi marcado por polêmicas e precisou passar por mudança. O primeiro local ficava a poucos metros dos cabos submarinos que compõem o Hub Tecnológico de Fortaleza. As empresas de telefonia e a Anatel criticaram o projeto, apontando risco para a transmissão de dados. 

A Cagece então fez uma alteração no projeto inicial para atender à solicitação das operadoras e deixar a captação da água para dessalinização a 500 metros dos cabeamentos. Contudo, as teles não ficaram satisfeitas com a mudança.

Agora, a nova tubulação que vai captar água do mar para dessalinizar e converter em água própria para consumo humano ficará a 567 metros das estruturas dos cabos submarinos.

A estrutura do equipamento também estará mais distante, o que é considerado seguro por fontes do mercado de tecnologia de fibra óptica para que não haja interferência nos dados. 

Além do fim do imbróglio entre a Cagece as empresas de telecomunicações, a mudança de local pode reduzir os custos de construção da usina. A informação foi revelada pelo conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vicente Aquino, em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste na segunda (17).

*O repórter Luciano Rodrigues viajou para a inauguração do Complexo Solar Panati a convite da SPIC Brasil