A equipe de transição governamental do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quer retomar a adição escalonada de biodiesel no diesel comercializado no Brasil, que, atualmente, estagnou em 10%. Com a medida, o País voltaria a cumprir o que está previsto na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), instrumento que tenta, a longo prazo, reduzir os efeitos das emissões de gases causadores do efeito estufa.
Mas, afinal, qual a diferença entre diesel e biodiesel? E por que a mistura dos combustíveis pode causar um efeito positivo no meio ambiente?
Para responder a essa pergunta, o Diário do Nordeste consultou o um Guia Didático do Professor, sobre combustíveis revováveis. O documento foi produzido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ministério da Educação.
Segundo o guia, o biodiesel é um combustível produzido a partir de fontes renováveis, vegetais e, algumas vezes, animais. Quando produzido somente a partir de óleos vegetais, é considerado um produto puramente "verde", uma alternativa sustentável ao combustível fóssil que predomina o mercado atualmente.
Segundo o documento, existem variadas espécies vegetais no Brasil que podem ser utilizadas para a produção do biodiesel, como, por exemplo: mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja.
No entanto, no Brasil, os mais utilizados são os de mamona, soja e babaçu. Além dos óleos, o biodiesel também pode ser produzido a partir de matérias primas animais (como a carcaça de frango) e de outras fontes de biomassa, como por exemplo, o lixo.
O diesel, por sua vez, é extraído do petróleo a partir de uma longa cadeia de carbono e, em sua composição, tem substâncias como hidrocarbonetos e compostos orgânicos como nitrogênio, oxigênio e enxofre.
Situação atual do Brasil
O atual Governo decidiu estagnar a adição de biodiesel no diesel em 10%, valor abaixo do previsto pelo RenovaBio, para diminuir o preço final do combustível para o consumidor. O percentual deve se manter até dezembro de 2023, conforme prorrogação anunciada pelo Governo nesta semana.
Nesse período, a equipe de Lula pretende retomar as discussões sobre a mistura dos combustíveis para voltar à escala de crescimento e, assim, conseguir reduzir a quantidade de carbono emitido na atmosfera.
Não se sabe ainda como a medida deve afetar a política de preços.