Num dia marcado por fortes tensões no mercado financeiro, o dólar chegou a superar a barreira de R$ 5,70 no início da tarde, forçando a ação do Banco Central (BC). Mesmo assim, a cotação fechou no maior valor desde o início de novembro. A bolsa de valores chegou a ficar abaixo dos 110 mil pontos, mas reverteu o movimento e fechou em alta.
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (2) vendido a R$ 5,666, com alta de R$ 0,065 (+1,17%). A cotação está no maior nível desde 3 de novembro, quando estava em R$ 5,762.
Pouco antes das 13h, a cotação encostou em R$ 5,73, o que forçou o Banco Central a vender US$ 2 bilhões das reservas internacionais. Essa foi a maior intervenção do BC no câmbio desde abril. A alta perdeu força durante a tarde, até a divisa fechar próxima da mínima do dia.
Ibovespa
No mercado de ações, o dia também foi marcado pela volatilidade. O índice Ibovespa, da B3, iniciou o dia em baixa, chegando a cair para 107,3 mil pontos no início da manhã. Ajudado por ações de mineradoras e de bancos, o indicador passou a subir durante a tarde e fechou aos 111.540 pontos, com alta de 1,09%.
Os investidores repercutiram o aumento na tributação do lucro das instituições financeiras para compensar a desoneração dos tributos federais sobre o diesel e o gás de cozinha. O decreto publicado ontem (1º) à noite altera as regras de Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) para a compra de veículos por pessoas com deficiência e encerra o Regime Especial da Indústria Química (Reiq).
Além da intervenção do BC no câmbio, a turbulência diminuiu após a leitura da proposta de emenda à Constituição (PEC) emergencial no Senado. O texto teve vários pontos retirados para facilitar a aprovação, mas a desidratação foi menor que a esperada pelos investidores. Para o mercado financeiro, a aprovação de medidas que compensem os gastos com a recriação do auxílio emergencial é importante para impedir o descontrole da dívida pública.