Dólar sobe a R$ 5,80 com temor de recessão nos Estados Unidos; bolsas no mundo despencam

Índice de Tóquio despencou 12,4%, maior tombo desde 1987

O dólar comercial teve forte alta, na manhã desta segunda-feira (5). A moeda chegou a ser cotada a R$ 5,86 — em alta de 2,4% pouco depois das 9h, quando tiveram início as negociações. Por volta de 9h20, a moeda já tinha cedido um pouco e estava cotada a R$ 5,795, em alta de 1,5%.

Conforme o jornal O Globo, caso feche acima de R$ 5,80, será a primeira vez que o dólar terminará o dia neste patamar desde maio de 2020, no auge da crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus.

Às 09h15, o dólar subia 1,66%, cotado a R$ 5,8036. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,8641

Na última sexta-feira (2), novos dados de emprego no país mostraram que a maior economia do mundo dá sinais de desaceleração.

O payroll, relatório de emprego dos Estados Unidos que mostra o aquecimento do mercado de trabalho e o potencial de pressão sobre a inflação, reportou 97 mil vagas criadas no setor privado em julho, abaixo do registrado no mês anterior e menor que as projeções.

Os dados, somado a uma taxa de juros que continua elevada no país, reacende as dúvidas sobre a força da economia americana nos próximos meses.

Temor de recessão nos Estados Unidos derruba bolsas na Ásia e Europa

As bolsas desabaram enquanto o dólar e o euro registravam uma desvalorização em relação ao iene, nesta segunda. O fato se deve a consequência da crescente preocupação dos investidores com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.

Na Europa, as principais bolsas iniciaram a semana em queda, afetadas principalmente pelos valores bancários e tecnológicos, seguindo as quedas registradas algumas horas antes na Ásia.

Frankfurt recuava mais de 3% pouco depois da abertura, Paris cedia 2,6% e Londres 2,3%. Madri perdia 2,8% e Milão 4%.

"O detonador foi um relatório sobre o emprego nos Estados Unidos publicado na sexta-feira, que provocou a queda das ações e dos rendimentos dos títulos em Wall Street", explicou Stephen Innes, analista da SPI Asset Management.

Nas bolsas asiáticas, as quedas foram muito mais expressivas. Tóquio desabou: o Nikkei 225, principal índice da Bolsa japonesa, que encerrou a sessão de sexta-feira em queda de 5,8%, desabou 12,4% nesta segunda-feira, uma perda de 4.451,28 pontos, a 31.458,42 unidades, recorde de baixa na história, que havia sido registrado em outubro de 1987. 

O índice Topix, mais amplo, caiu 12,23%, a 2.227,15 pontos. A bolsa de Taiwan caiu mais de 8% e Seul mais de 9%. As bolsas chinesas registraram quedas moderadas: o índice Hang Seng de Hong Kong perdeu 2,13%. O índice composto de Xangai cedeu 1,54% e o índice de Shenzhen 1,85%.