O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), anunciou nesta quarta-feira (18) o aumento da Selic. Por unanimidade, a taxa básica de juros foi elevada em 0,25 ponto percentual, chegado a 10,75%,
É a primeira vez que o Copom aumenta a taxa no governo Lula. A última alta dos juros aconteceu em agosto de 2022. Na época, a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano.
Conforme comunicado do Banco Central, o aumento foi influenciado pelo momento de inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos, alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação
Crédito mais caro
O aumento da taxa Selic é uma estratégia para conter a inflação, pois juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam tanto a produção quanto o consumo. No entanto, essa elevação pode dificultar o crescimento econômico. No último Relatório de Inflação, o Banco Central revisou sua projeção de crescimento para 2024 para 2,3%, mas esse número pode ser ajustado após um crescimento de 1,4% do PIB no segundo trimestre.
O mercado, por sua vez, é mais otimista. Conforme a última edição do boletim Focus, analistas preveem uma expansão de 2,96% para o PIB em 2024.
A taxa básica de juros, utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), serve como referência para as demais taxas da economia. Quando o Banco Central eleva essa taxa, controla a demanda excessiva que pressiona os preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança.
Por outro lado, ao reduzir os juros básicos, o Copom torna o crédito mais acessível e estimula a produção e o consumo, mas isso pode enfraquecer o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária deve ter certeza de que os preços estão sob controle e não há risco de alta.