O preço de venda de imóveis residenciais em Fortaleza subiu 0,93% em abril. Em média, o metro quadrado na Capita custa R$ 7.374. Em algumas regiões da cidade, esse preço pode passar de R$ 10 mil/m², como na região do Meireles.
No litoral de Fortaleza, os imóveis residenciais ficam mais valorizados, enquanto em outras áreas da cidade, os imóveis podem ter preços mais baixos.
O padrão de preço dos imóveis desses bairros consta no Anuário DataZAP 2024, realizado pela solução de inteligência imobiliária do Grupo OLX e divulgado na última semana, com dados referentes a 2023.
Segundo o estudo, bairros da área leste da cidade têm preço do m² a R$ 6,9 mil em média. Enquanto o sul da cidade tem preço do metro quadrado de cerca de R$ 4,6 mil. Na região central da Capital o valor do metro quadrado é de R$ 5,9 mil. Já a área mais valorizada é o norte de Fortaleza, com preço de R$ 12,5 mil/m².
Quais os bairros têm imóveis mais baratos?
Cajazeiras, Montese, Barroso e Papicu - que também possui imóveis mais caros - estão entre os bairros de Fortaleza que concentram anúncios de imóveis com os menores preços. Messejana e Sapiranga também estão entre as regiões mais econômicas para morar.
O levantamento aponta em quais regiões há uma concentração de imóveis e qual a média do preço de venda. Nos bairros listados, a predominância das concentrações indicadas está na faixa de preço mais barata, de R$ 1.563 até R$ 3.435 por m²:
- Cajazeiras
- Montese
- Barroso
- Papicu
- Messejana
- Sapiranga
- Mondubim
- Parangaba
- Passaré
- Jardim das Oliveiras
- Curió
- Rodolfo Teófilo
Os bairros na região do Centro também apresentam uma grande quantidade de imóveis no padrão mais barato, mas eles coexistem com concentrações de imóveis de padrão médio-alto e alto.
Na região da Aldeota, Meireles e Mucuripe, por outro lado, praticamente todos os imóveis são do padrão econômico mais valorizado, com m² até R$ 17.449. Para além dessa região, já tradicional no mercado imobiliário de alto padrão, Parquelândia, Bairro de Fátima e Cidade dos Funcionários também aparecem entre as com m² mais elevado.
Cidade heterogênea
Paulo Angelim, corretor de imóveis e colunista do Diário do Nordeste, aponta que os dados mostram como Fortaleza é uma cidade heterogênea, em que os bairros de diferentes faixas econômicas estão espalhados geograficamente. O especialista explica que o padrão de habitação de cada região é definido no início da ocupação do território.
“O que define o padrão de habitação é o loteamento que parcelou aquelas terras e segmentou. Quando é um loteamento muito pequeno, já dá um indicativo claro de que será padrão econômico baixo. Por que a Aldeota é a Aldeota? Os lotes eram muito grandes, de 500, 600 m². O Meireles e a Aldeota não ficaram com o padrão mais elevado por acaso”, aponta.
O Anuário DataZAP 2024 destaca que, apesar da heterogeneidade, Fortaleza tem um 'apego pela praia' visível - os bairros litorâneos concentram a maior procura por imóveis. Aldeota e Meireles, por exemplo, concentram juntos mais de 17% da demanda imobiliária na Capital e foram os bairros que mais ganharam participação de mercado em comparação com 2022.
Já Messejana, Alto da Balança, Farias Brito, Floresta e Conjunto Ceará foram os bairros que mais perderam demanda por imóveis no período. É válido destacar que, apesar de a procura ter caído, a Messejana está entre os bairros de terceiro maior nível de participação no mercado.
VALORIZAÇÃO DO PADRÃO ECONÔMICO
O Anuário DataZAP também identificou um aumento do lançamento de unidades imobiliárias do padrão econômico. Em comparação com 2022, os produtos menos valorizados tiveram o maior crescimento, de 67%. Na avaliação dos últimos quatro anos, o segmento com maior alta foi o de luxo: crescimento médio de 28% ao ano.
Em relação às novas unidades habitacionais, foram 2.967 de padrão econômico lançadas em 2023 - 92% a mais que no ano anterior. As vendas sob oferta da segmentação econômica também apresentaram crescimento, comportamento diferente das vendas de médio alto padrão e de luxo.
Analisando os último quatro anos, as vendas sob oferta do segmento menos valorizado também são as de maior crescimento, com alta média de 8% ao ano.
Paulo Angelim destaca que o boom de empreendimentos populares ocorre devido à política de habitação social. “É objeto de política social, seja de qual for o governo. Empreendimentos de padrão econômico são política de estado, vêm para resolver problemas de déficit habitacional e dinamizar a economia. Seja de qual for o governo. A construção civil precisa de muito emprego”, aponta.
A Zona Norte foi a região de Fortaleza com maior crescimento das unidades lançadas, com foco maior no segmento econômico, que teve um crescimento médio de 221%. O preço do m² nessa região cresceu 22% no ano passado, chegando a cerca de R$ 6.206.
O preço médio do m² para os imóveis de padrão econômico de Fortaleza ficou de R$ 5.309 em 2023, 17% maior que em 2022. O segmento deve o menor crescimento no ano, mas a maior valorização considerando os últimos quatro anos - alta média de 12% ao ano.