Comitê reúne-se hoje pra definir novo decreto no Ceará; comércio pede reabertura de cinemas

Empresários alegam que estabilidade dos indicadores de saúde permite novas flexibilizações

O Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus irá se reunir no início da tarde desta sexta-feira (28) para discutir o novo decreto com as medidas de isolamento social. O Governo do Estado não informou se a decisão sai ainda hoje.

Com a estabilidade dos indicadores de saúde, o comércio solicita a reabertura dos cinemas em shoppings.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL Fortaleza), Assis Cavalcante, revela que a entidade protocolou um pedido solicitando o retorno do funcionamento das salas de cinemas.

A sugestão vale para os cinemas localizados dentro de shopping centers e o funcionamento teria limite de 50% da capacidade.

"Tivemos reunião do comitê consultivo ontem e a minha palavra foi no sentido de reabrir os cinemas nos shoppings. Quanto ao horário permitido, deixamos isso a critério do comitê, mas a ideia é que fosse o mesmo horário de funcionamento dos shoppings".
Assis Cavalcante
Presidente da CDL Fortaleza

Restaurantes até as 23h

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Taiene Righetto, reforçou a solicitação para que bares e restaurantes possam ter o horário de funcionamento estendido até as 23h.

"Pelo que a gente tem acompanhado, os índices estão estáveis. Não despencaram, mas nesse cenário não vemos muito motivo pra não haver nova flexibilização. Ano passado, a essa altura já estaríamos abertos até 23h há muito tempo", argumenta.

Ele relata que, apesar da ampliação do horário do setor desde segunda-feira (17), o fluxo de clientes permanece 70% abaixo do esperado, com mais perdas, inclusive, que durante a reabertura no ano passado.

"Isso contribui até para o Governo do Estado entender que as pessoas não estão saindo muito, elas não estão tendo dinheiro. A esperança é que, indo até as 23h, consigamos um fluxo maior"
Taiene Righetto
Presidente da Abrasel

Righetto ainda pontua que a limitação da capacidade a 50% é outro fator que tem prejudicado a recuperação do faturamento. "Com o horário maior, isso seria um pouco amenizado, porque conseguiríamos atender mais gente. Por conta da capacidade, não deixamos as pessoas entrarem e às vezes até mandamos elas pra casa", acrescenta.

Demissões

Com o retorno da Medida Provisória que permite a suspensão dos contratos de trabalho e a redução de jornada e salários dos funcionários, o presidente da Abrasel aponta que as demissões foram freadas, tendo em vista que os estabelecimentos estão com o orçamento um pouco mais livre para se sustentar. No entanto, as falências seguem em constante crescimento.

"Estamos com um problema grande de baixa operação e as contas estão chegando. Também está havendo uma celeridade de cortes de energia nos últimos dois meses. Já tínhamos alertado que quase 80% dos estabelecimentos estavam sem condições de pagar a conta em abril e agora em maio o corte está sendo efetuado. Isso colaborou bastante para o fechamento de empresas, principalmente as pequenas", explica.