Com o funcionamento aos fins de semana autorizado e a volta do Benefício Emergencial (BEm), as barracas de praia devem conseguir interromper as demissões e manter o quadro de funcionários no nível atual.
Conforme o vice-presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPFuturo), Flávio Costa, a primeira semana de reabertura dos estabelecimentos após a autorização já alcançou um movimento de clientes melhor que uma semana normal de baixa estação.
Ele acrescenta que, com o atendimento aos fins de semana, mesmo com a capacidade limitada a 40%, nova parte do faturamento dos estabelecimentos deve ser recuperada, evitando novas demissões.
"A reabertura, mesmo parcial, é muito importante para nós. Não vamos faturar o que gostaríamos, mas é faturamento. E para a população, é o lugar mais seguro para sair, pois estamos ao ar livre, em ambiente ventilado, com mesas bem afastadas", afirma.
Conforme o decreto municipal publicado no domingo (3), as barracas podem funcionar de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, e no fim de semana, de 10h às 15h, sempre com 40% da capacidade e com o uso de piscinas e parques ainda restrito.
Folha de pagamento
Costa lembra que a MP 936, que permitiu a suspensão dos contratos de trabalho e a redução de jornada e salário e voltou a vigorar na quinta-feira (28), foi o que evitou maiores perdas de postos de trabalho no ano passado.
"Esse ano, ainda ficamos dois meses sem funcionar e sem essa medida, tendo de arcar com folha de pagamento de mais de 60 funcionários. Então, a reabertura e a volta da MP é muito importante, porque assim conseguimos fazer rodízio de funcionários e segurar esses empregos"
Ele ainda acredita que a continuidade da queda nos indicadores sanitários e o avanço da vacinação no Estado ainda deve permitir maiores flexibilizações para o setor nas próximas semanas, permitindo a aceleração no ritmo de recuperação.
Impacto do lockdown
No início de março, quando o Governo do Estado decretou isolamento rígido em Fortaleza, a presidente da AEPFuturo, Fátima Queiroz, estimava que cerca de 50% dos funcionários do setor seriam demitidos com o novo fechamento. À época, a atividade era responsável por cerca de 3 mil empregos diretor e 9 mil indiretos.
De fora do primeiro grupo de segmentos autorizados a retornar em 12 de abril, quando foi iniciado o plano de reabertura, cerca de 70% dos empresários anteciparam férias dos colaboradores, segundo Queiroz. Ao todo, cerca de 500 postos de trabalho foram perdidos.