A alimentação básica em Fortaleza saiu por R$ 277,37 em setembro último. Apesar da redução do custo da ordem de 0,47% na comparação com o mês anterior, a cesta básica na Capital cearense registra uma alta acumulada nos últimos 12 meses de 7,35%. O percentual é, portanto, acima do teto da meta de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), projetada em 6,5% para 2014. Ainda assim, em setembro, o valor da cesta em Fortaleza foi o 5º menor no ranking nacional.
Segundo o estudo divulgado, ontem, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de setembro de 2013 até igual período deste ano, o tomate, a carne e o pão foram os produtos que sofreram a maior elevação de preço: 66,15%, 15,38% e 9,96%, respectivamente.
O levantamento pesquisou o preço da cesta básica em 18 capitais brasileiras. Em Fortaleza, a deflação no valor da cesta básica em setembro foi influenciada pela retração nos preços de cinco itens, destaque para o tomate (-10,00%), farinha (-3,74%) e banana (-3,30%). O produto com maior elevação de preço foi a carne (4,09%).
Destaques
Mesmo apresentando o maior aumento percentual nos últimos 12 meses, o tomate não é o maior vilão da elevação do preço da cesta básica na Capital.
"O preço do tomate em setembro de 2013 foi um dos mais baixos nos últimos três anos, por isso, quando posto em comparação com o valor desde ano foi o produto que teve a maior elevação. Porém, nos últimos quatro meses esse valor vem caindo", afirmou a economista do Dieese, Bruna Frazão.
A especialista explicou também o que vem causando o aumento no preço da carne, que no mês de setembro registrou uma variação de 4,09%. "A carne teve uma maior elevação no preço porque estamos no período de entressafra e poucos animais estão sendo destinados para o corte. Além da entressafra, os produtores têm preferido destinar a maior parte da produção para exportação para honrar contratos feitos anteriormente", afirmou Bruna.
Salário mínimo
Levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro deste ano, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.862,73, ou seja,3,95 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724,00.
Tomando como base esse valor, pode-se dizer que o trabalhador teve que despender 84 horas e 17 minutos de sua jornada de trabalho mensal para essa finalidade. O gasto com alimentação de uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) foi de R$ 832,11. Em agosto, o mínimo necessário era de R$ 2.861,55, as mesmas 3,95 vezes o piso vigente. Em setembro de 2013, era menor e correspondia a R$ 2.621,70, ou 3,87 vezes o mínimo da época (R$ 678,00).
Variação semestral
Observando a variação semestral da cesta básica, na Capital cearense, verifica-se que houve queda de 3,16%. Isso significa, de acordo com o levantamento realizado pelo Dieese, que a alimentação básica verificada no mês passado (R$ 277,37) está mais barata do que em março deste ano (R$ 286,41) e mais cara que em setembro do ano passado 2013 (R$ 258,37).