O Mercado Livre vai abrir um centro de distribuição no Ceará. A empresa confirmou a informação ao Diário do Nordeste como parte de um plano de expansão das suas operações logísticas. No total, a gigante do e-commerce prevê um aporte anual de R$ 23 bilhões para todo o País. Esse seria o maior valor já alocado pela companhia em seus 25 anos de história.
Em nota, a empresa também afirma que serão contemplados Rio Grande do Sul e Distrito Federal. A reportagem tentou mais detalhes, como investimento no estado, prazo para inauguração e se o empreendimento atenderia outras localidades da Região Nordeste, além do próprio Ceará. Porém, não obteve respostas. "No momento oportuno, a empresa compartilhará mais informações".
Confirmação seria retomada de negociações
Em maio de 2022 a gigante do e-commerce desistiu da operação no Ceará após não atingir consenso com o Estado sobre demandas de benefícios fiscais.
Por se tratar da prospecção de um player de forte impacto — com capacidade de geração de centenas de empregos, além do ganho logístico —, a tratativa teve envolvimento de grandes empresários da indústria que cooperaram na tentativa de costurar um acordo.
Na época, o Mercado Livre voltou suas atenções para Pernambuco.
Reunião com o presidente Lula
Na última segunda-feira (15), o Mercado Livre anunciou o montante de investimento no Brasil e a criação de mais de 6,5 mil empregos, em reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o CEO da empresa no Brasil, Fernando Yunes.
O valor anunciado será investido na abertura de novos Centros de Distribuição em Pernambuco (com cidade ainda não divulgada), e nas cidades de Brasília e Porto Alegre. Segundo a empresa, um dos objetivos é aprimorar a infraestrutura, equipe e base operacional logística do Mercado Livre no país. Com isso, o número de cidades com entregas rápidas, no mesmo dia ou no dia seguinte, deve crescer ainda mais.
"O Brasil representa cerca de 52% da receita líquida total do negócio na América Latina. O avanço histórico dos aportes do Mercado Livre no país, que rompeu a barreira do R$ 1 bilhão em 2018 e chega hoje a R$ 23 bilhões, indica o tamanho da nossa confiança no potencial de desenvolvimento do país, dos nossos colaboradores, da comunidade empreendedora e dos nossos parceiros", destacou Yunes.
Empregos gerados
Com uma das operações que mais cresce a cada ano, impulsionada também pela evolução do Mercado Pago, o Brasil receberá cerca de 24% mais desenvolvedores em relação ao quadro de 2023. As novas contratações vão elevar o quadro total de colaboradores diretos da companhia para cerca de 29 mil até o fim de 2024.
Além dos serviços financeiros, as áreas de logística e tecnologia serão as que mais vão absorver novos profissionais. O plano de contratações anual inclui a chegada de 875 novos profissionais somente para a área de tecnologia, que deve encerrar o ano com 4.500 profissionais dedicados. Outra área em destaque é a logística, que receberá mais de 5.200 novos profissionais.
“O Mercado Livre é uma plataforma de vendas, com 3,3 milhões de vendedores por ano, e tem uma fintech, que é o Mercado Pago. Então acaba sendo um motor de empreendedorismo e formalização. Foram mais de 200 mil CNPJs abertos nos últimos 2 anos de vendedores e hoje mais de 1 milhão de famílias vivem tendo como sua principal renda o Mercado Livre”, afirmou Yunes.
Mercado Livre no Desenrola
O Mercado Livre também foi, através do Mercado Pago, um parceiro do programa Desenrola de renegociação de dívidas.
“Há 25 anos, acreditamos no potencial do Brasil, mantendo sempre uma perspectiva de longo prazo, que nos permite gerar impacto positivo contínuo e compartilhado com milhares de empreendedores e consumidores”, comenta Jacobo Cohen, vice-presidente sênior Jurídico e de Relações Governamentais do Mercado Livre.