A alta dos preços da cenoura (31,99%), da cebola (26,84%) e do cheiro-verde (13,59%) contribuiram para o avanço em 1,60% da prévia da inflação de alimentos e bebidas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) em abril, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo com a alta no preço dos alimentos, a prévia da inflação da RMF apontou estabilidade em abril, com avanço de 0,02%. Para o economista Alex Araújo, o resultado já era esperado e reflete o cenário de pandemia do novo coronavírus e cosequentes medidas de isolamento social.
"A restrição de circulação de pessoas e do outro lado, a quarentena, que restringiu muito o consumo das famílias aos itens de necessidade mais emergencial, como alimentação, limpeza, fez com que a demanda por vários produtos tenham caído e isso reflete no preço", comenta.
Apesar da estabilidade, na prévia de abril, Fortaleza registra a quarta maior prévia da inflação do País. Em primeiro lugar está o Rio de Janeiro (0,61%), seguido do Recife (0,17%) e de Salvador (0,07%).
Veja os itens que mais aumentaram na RMF:
- Cenoura (31,99%)
- Cebola (26,84%)
- Cheiro-verde (13,59%)
- Batata-inglesa (12,40%)
- Peixe-palombeta (10,48%)
- Hortaliças e verduras (10,47%)
- Mamão (10,09%)
- Uva (7,41%)
- Ovo de galinha (7,20%).
Dólar
O economista pondera ainda que a alta da moeda norte-americana também interfere no preço de produtos essenciais na alimentação, como farinhas e pães.
"O Brasil tem sido um dos países mais afetados pela alta do dólar. Isso, em algum momento, pode aumentar a inflação, tendo em vista que nós temos muitos produtos, principalmente de alimentação, que tem interferência do preço do dólar, como itens a base de trigo, que são importante em nossa cesta básica, pães e farinhas em geral", analisa.
Transportes
Outro segmento afetado é o de transportes, que na prévia registrou deflação de 0,81%, com destaque para o item combustível, cujos preços caíram 2,88%. Para Araújo, mesmo com o cenário de incertezas para a economia, alguns fatores, como a queda do preço do petróleo, contribuem para o equilíbrio dos preços.
Ele explica que a redução do preço dos combustíveis acaba repercutindo em questões como o valor dos fretes na locomoção de itens, no transporte público entre outros segmentos.
Deflações
De acordo com o IBGE, dos nove segmentos pesquisados, apenas dois apresentaram variação positiva na prévia de abril, sendo eles: alimentação (1,60%) e habitação (0,03%).Na ponta oposta, os grupos artigos de residência (2,31%), transportes (0,81%), vestuário (0,78%), comunicação (0,38%), saúde e cuidados pessoais (0,17%), despesas pessoais (0,07%) e educação (0,02%) registraram deflação.
Com o resultado, a Capital acumula inflação de 3,76% em 12 meses e de 1,81% no ano.