Capital de giro, FGTS e refinanciamento: BNDES vai injetar R$ 55 bilhões para combater coronavírus

Pacote inclui transferência de recursos do PIS/Pasep para o FGTS, recursos para o capital de giro das empresas, e condições de refinanciamento das operações diretas e indiretas com o Banco. Medidas passam a valer nesta segunda

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá injetar R$ 55 bilhões para mitigar os impactos negativos causados pelo surto do novo coronavírus no País, a partir de quatro medidas anunciadas na tarde deste domingo (22). A medida deve beneficiar 150 mil empresas que empregam cerca de 2 milhões de pessoas, segundo estimou o BNDES.

Fazem parte do pacote o envio de R$ 20 bilhões de recursos do PIS/Pasep para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que deverão ser liberados à população pelo Ministério da Economia; destinação de R$ 19 bilhões para o refinanciamento de operações diretas com o BNDES por 6 meses; R$ 11 bilhões para refinanciamento de operações indiretas com o Banco por 6 meses; e disponibilização de R$ 5 bilhões para formar capital de giro às empresas no Brasil. 

Anunciadas durante uma transmissão pela internet com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e o presidente Jair Bolsonaro. As medidas passam a valer a partir desta segunda-feira (23).

Montezano destacou que todos os setores que fazem parte da carteira de atuação do BNDES estarão aptas a requisitar apoio pelas quatro novas medidas. 

Apoio a setores específicos

Ele ainda comentou que o Banco está planejando novas medidas para apoiar setores específicos da economia, como as empresas aéreas; bares e restaurantes; hotéis; e o turismo. Esse novo pacote deverá ser anunciado nas próximas semanas. 

"A ideia é proteger esses setores dessa crise, que é transitória, então é importante manter os empregos. Tão logo tenhamos essas medidas, que já estão sendo planejadas, nós vamos anunciar", disse o presidente do BNDES.

Durante a transmissão o presidente Bolsonaro reforçou a importância de se manter empregos ativos na economia brasileira.

"Isso está sendo feito para não perdermos emprego. Isso é é muito importante. Essas medidas são de extrema importância e agradeço o trabalho do BNDES", disse o presidente. 

Duração da crise

O presidente do BNDES disse que as medidas terão validade para todo o período da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, e que novos pacotes de apoio poderão ser anunciados no futuro.

6 meses
Ele ainda disse que a previsão do Banco é de que em 6 meses a situação seja normalizada, com as pessoas voltando "às suas vidas".

"Estamos preparando o banco para o desconhecido. Quem poderia imaginar que estaríamos nessa situação. Nunca antes no mundo foi visto. Isso é uma crise de saúde, então temos de aprender a lidar com algo novo. Ao longo das últimas duas semanas estamos trabalhando silenciosamente e mudamos todos os sistemas operacionais e temos como operar com 100% dos funcionários em casa".