BNDES pretende emprestar R$ 4 bi

São Paulo. Com menos de três meses para fazer o dinheiro chegar às áreas de segurança de Estados e municípios, o BNDES traçou uma estratégia para tentar acelerar essas operações e afastar as barreiras que podem deixar alguns governadores e prefeitos de fora. O crédito não precisará ter a garantia do Tesouro Nacional, que é uma espécie de seguro contra calote. Ou seja, é um empréstimo mais arriscado para o banco.

Também está em análise a possibilidade de repassar os recursos por meio de outros bancos. A chamada "operação indireta" seria a saída para Estados que já estão no limite permitido de financiamentos com o BNDES, disse o diretor das áreas de Crédito e Planejamento do BNDES, Carlos da Costa.

A celeridade é necessária porque o banco só pode fazer desembolsos aos governos regionais até 1.º de julho, por conta das eleições. "Com garantia do Tesouro (a operação) é mais complexa, até em termos de tempo. Não é a alternativa número um", disse Costa. A intenção do banco é liberar neste ano pelo menos R$ 4 bilhões dos R$ 33 bilhões que compõem a linha - o desembolso total é previsto para ser feito em cinco anos.

Quando um empréstimo tem garantia do Tesouro, a União cumpre o papel de fiador da operação, honrando as parcelas em caso de calote.

Sem ela, o risco fica inteiramente com a instituição financeira. As garantias são negociadas diretamente entre o governo regional e o banco.

Mas, mesmo que a estratégia seja colocada em prática, existe um risco de que os empréstimos sem garantia do Tesouro sejam suspensos pelo Tribunal de Contas da União (TCU).