O Banco do Nordeste (BNB) encerrou o ano de 2020 com investimento de R$ 8,4 bilhões apenas no Ceará, volume 2,5% maior que o registrado em 2019 (R$ 8,2 bilhões). Segundo balanço divulgado nesta terça-feira (5), ao todo, o número de operações de crédito atingiu 1,63 milhão no Estado.
Do total de contratações de crédito, 1,54 milhão foi através do programa de microcrédito urbano do banco, o Crediamigo, somando R$ 3,9 bilhões destinados a microempreendedores cearenses. O valor contratado foi 12% maior que o do ano anterior, quando haviam sido destinados R$ 3,5 bilhões ao programa no Estado.
Apoio ao agronegócio
Já através do programa de microcrédito rural, o Agroamigo, o BNB disponibilizou R$ 353,2 milhões em 69,9 mil operações de crédito. Conforme o balanço, o desempenho do programa em 2020 também superou o de 2019 em 14%.
O presidente do BNB, Romildo Rolim, comemora os resultados e atribui o crescimento das contratações nos programas de microcrédito à atuação do banco no combate aos efeitos da pandemia. "Nós tivemos um incremento grande com os programas emergenciais, demos apoio durante a pandemia, principalmente para capital de giro", aponta.
"Os resultados mostram que o Banco do Nordeste vem cumprindo seu papel, fazendo o recurso chegar na ponta, na mão de quem precisa e apoiando empresas e produtores nesse ano diferente e desafiador que vivenciamos. Os recursos ofertados atuaram como um pilar importante na continuidade de vários negócios na área de atuação da empresa", acrescenta Rolim.
Fundos
Quase metade do total de recursos empregados no Estado foi injetada por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que contabilizou R$ 4,12 bilhões aplicados no Ceará em 2020. O valor é 0,2% maior que o registrado em 2019, quando o Ceará garantiu R$ 4,09 bilhões do fundo.
Em termos de operações, o FNE financiou 103,7 mil contratações, um crescimento de 38% em relação ao ano anterior (75 mil).
Já a partir do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o BNB aplicou R$ 433,8 milhões, dos quais R$ 356,1 milhões para o programa de microcrédito rural, o Agroamigo.
Crescimento nos investimentos
Em toda a área de atuação do banco, que inclui os estados do Nordeste, o norte de Minas Gerais e Espírito Santo, foram contratados R$ 39,8 bilhões em 2020. O montante aplicado foi 14% maior em relação ao ano anterior. Os resultados incluem R$ 25,8 bilhões aplicados com recursos do FNE em 774 mil operações de crédito.
Já no âmbito do Pronaf, a contratação alcançou R$ 3,4 bilhões através de 583 mil operações no período. Desse total, 96,8% são referentes ao Agroamigo, de forma que o programa investiu R$ 2,9 bilhões, volume 15% maior que o de 2019.
Recorde para pequenas empresas
Entre os beneficiados, as mini, micro e pequenas empresas são maioria, tendo recebido R$ 4,6 bilhões no ano. Esse é o maior volume contratado por esse porte na história do BNB, com alta de 26,8% em relação a 2019.
Comércio e serviços continuam despontando como os setores que contratam o maior número de operações, segundo Rolim, tendo em vista que representam cerca de 80% do mercado. "Nós ajudamos a manter essas micro e pequenas empresas abertas, com a estrutura ativa para quando fosse permitido retornar ao trabalho. Muitos mercados já voltaram, outros estão vendo o melhor momento para dar liquidez aos negócios e manter os empregos", afirma.
Expectativas positivas
O presidente do BNB ainda revela que deve investir cerca de R$ 8,5 bilhões a R$ 9 bilhões neste ano somente no Ceará. Referente ao FNE, R$ 4,3 bilhões devem ser destinados ao Estado, volume que pode aumentar ao longo do ano de acordo com a demanda. "Nós vamos ter uma grande demanda da indústria, comercio, serviços, energias sustentáveis, e vamos alocando de acordo com isso", diz.
Rolim ainda indica elevada expectativa para o agronegócio, que manteve os resultados mesmo durante a pandemia por ser um segmento essencial. Segundo ele, há espaço para forte crescimento e o BNB entra como incentivador não só na concessão de crédito, mas também na modernização e profissionalização dos negócios.
"Nosso trabalho não é fazer o crédito apenas pelo crédito. Passamos orientações para manter a atividade no campo sustentável. Um dos destaques no resultado de 2020 é que 57% dos recursos do FNE foram contratados na região do semiárido. Isso é importante porque é necessário para dar sustentabilidade, junto às ações complementares ao crédito, tanto antecedentes como de sustentabilidade", ressalta.