Bem Brasil registra crescimento de 15,8% na venda de batatas pré-fritas congeladas no Ceará

Enxergando um potencial ainda a ser explorado no Nordeste, a Bem Brasil tem apostado em estratégias de maior inserção na região

A febre das air fryers e o fator praticidade são variáveis que têm impulsionado o consumo de batata pelos brasileiros, especialmente as pré-fritas congeladas. O Ceará não fica de fora dessa tendência, refletida em um aumento de 25,8% em 2022 das vendas da Bem Brasil, marca detentora de metade da participação no mercado nacional.

A informação foi revelada em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste pelo presidente da companhia, Dênio Oliveira.

Enxergando um potencial ainda a ser explorado no Nordeste, a Bem Brasil tem apostado em estratégias de maior inserção na região. Uma delas é a aproximação com as redes regionais de supermercados.

"O Nordeste, desde 2020, vem crescendo muito e a gente quer cada vez mais fomentar esse crescimento, porque é uma área ainda em desenvolvimento, o nordestino está começando a aprender a comer batata frita congelada, e a gente quer estar cada vez mais próximo", afirma.

Em 2021, a Bem Brasil inaugurou a quarta linha de produção através de um investimento de R$ 1 bilhão. A empresa possui duas unidades fabris, ambas em Minas Gerais, estado que concentra parte significativa da produção brasileira de batata inglesa.

A estrutura atual possui uma capacidade de produção de 500 mil toneladas por ano. Em 2022, o total produzido chegou a 370 mil toneladas de batata pré-frita congelada, o que representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior.

Conforme Oliveira, a previsão é que em 2023 haja novo incremento entre 15% e 20%. Para os próximos quatro anos, a meta é de salto ambicioso de 92%, o que resultaria em alta de 126% no faturamento da empresa.

A Bem Brasil é uma empresa nova ainda, de 16 anos, fundada por três irmãos que já plantavam batata in natura e resolveram agregar valor. Foi a primeira indústria brasileira dessa atividade e vem nesses anos fomentando o consumo de batata. Na época, o consumo de batata por habitante era de 0,5 kg por ano. Hoje, já estamos em 3,5 kg".
Dênio Oliveira
Presidente da Bem Brasil

Nos Estados Unidos, esse consumo chega a 13 kg por habitante e na Europa, a 20 kg. Essa discrepância, segundo o presidente da Bem Brasil, demonstra o potencial que o mercado ainda pode explorar.

Expansão

O executivo revela que uma nova unidade industrial está nos planos de expansão da Bem Brasil. A unidade ainda não tem local exato e data para ser instalada, mas é um componente importante para o alcance das metas traçadas para os próximos anos.

Isso porque uma delas é elevar o percentual da receita relativa à exportação de 2,5% para 15%. Para isso, a companhia precisa de uma produção que atenda o crescimento do mercado nacional e a intensificação das vendas no mercado externo.

Atualmente, a marca já envia seus produtos para Paraguai, Bolívia, Uruguai, Peru, Estados Unidos e, no segundo semestre deste ano, iniciará os envios para o México.

"A gente quer crescer nesse novo contexto e a nova planta vai ajudar bastante, porque vou ter capacidade para suprir o crescimento interno e capacidade de aumentar a minha exportação. Essa é a ideia com a nova planta: fomentar a minha exportação", afirma.

Apesar de não ser um grande destaque na produção de batata inglesa, Oliveira ressalta que o Nordeste não está descartado entre as possibilidades para a instalação da nova fábrica.

Ele argumenta que questões como mão de obra, energia e outras acabam pesando mais nessa tomada de decisão do que mesmo a falta de produção da matéria-prima, uma vez que esta pode ser fomentada pela empresa.

"O Nordeste é uma região que está sendo observada", garante.