Aval do TCU é única pendência para início das obras do metrô

Suspenso desde 1º de agosto, processo não está previsto na pauta da próxima sessão do tribunal amanhã

Já passa de um mês desde a suspensão da licitação das obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza (Metrofor). O processo foi supenso devido à medida cautelar expedida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 1º de agosto em resposta a questionamento impetrado pelo antigo consórcio responsável pela obra - de acordo com o governador Camilo Santana, o último obstáculo para o início dos trabalhos.

Quando o plenário do TCU decidir pela liberação do processo, não haverá mais qualquer impedimento para o início das obras, segundo o governador. "O financiamento já está garantido. A única coisa que está faltando é a liberação do Tribunal. Estive lá com o ministro, já apresentamos todas as respostas técnicas que foram solicitadas. Estamos andando para que se possa autorizar o início das obras", aponta Santana.

A suspensão se deu em resposta ao questionamento das empresas Acciona Construcción e Marquise, que formam o Consórcio Metrô Linha Leste de Fortaleza, antigo administrador das obras, contra o consórcio FTS (Sacyr Construcción e a construtora Ferreira Guedes), atuais responsáveis pelo equipamento. No processo, acusam o novo consórcio de não atenderam a alguns itens do edital, como o registro de autorização do poder executivo, no caso da Sacyr.

Imbróglio

O conflito teve início quando, no primeiro semestre, a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra) relicitou a obra da Linha Leste atendendo à solicitação de financiadores externos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a União. Em fevereiro, o consórcio da Acciona e da Marquise, então responsável pelas obras, havia defendido continuar à frente do projeto. Ainda assim, a quebra do contrato foi feita pelo governo sob o argumento de que o projeto teve alterações significativas, exigindo mais das construtoras e alterando valores contratados. O trecho que iria da estação Chico da Silva, no Centro, ao bairro Edson Queiroz foi reduzido até o Papicu e denominado Fase I para viabilizar o financiamento pelo BNDES. A Fase II, até destino final original, ficará para outra oportunidade.

Recursos

Antes da decisão do TCU, o governo tinha a expectativa de assinar a ordem de serviço para o início das obras pelo consórcio FTS no mês passado. Antes esperada para junho, a burocracia para aprovação do financiamento de R$ 1 bilhão pelo BNDES, que precisa da análise da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), vinha adiando o processo, mas ela já foi encaminhada com parecer favorável à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. A primeira fase da Linha Leste deve contar com R$ 1,85 bilhão de três fontes de recursos. O maior volume tem origem no BNDES (R$ 1 bilhão). Já o Ministério das Cidades, em nome do governo federal, entrará com R$ 673 milhões por meio da Caixa Econômica Federal e o restante será de responsabilidade do Estado.

Negociações da refinaria

O governador Camilo Santana afirmou ontem ao Diário do Nordeste que além de tentar atrair uma montadora de automóveis para o Estado, parte da agenda dos secretários em missão na China é aprofundar as negociações para a construção da refinaria no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). "As coisas estão caminhando, mas as negociações também dependem dos governos brasileiro e chinês".

Conforme o Diário adiantou no dia 2 de abril, a refinaria deve contar com mais três sócias chinesas, além da já confirmada Qingdao Xinyutian Chemical. De acordo com o então secretário de Assuntos Internacionais, Antonio Balhmann, uma delas deve fazer a planta da unidade de refino e as outras duas irão se dividir no desenvolvimento da engenharia e construção de três usinas térmicas de 300 megawatts (MW) instaladas na própria planta da refinaria.

Andamento

"Já tem a empresa que assinou o protocolo de intenções de implantar (a refinaria), o banco para financiar (Banco de Desenvolvimento da China), a empresa já criou uma filial aqui no Ceará e já solicitou licenciamento ambiental", lembra o governador.