As 5 cidades do Ceará que mais produzem energia; veja ranking

São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, é o principal motor energético do Estado

Três municípios, sozinhos, produzem mais da metade de toda a eletricidade gerada no Ceará. Eles estão localizados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), com destaque para São Gonçalo do Amarante, líder do ranking. 

A cerca de 60 km da capital cearense, a cidade é famosa principalmente por abrigar o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), que concentra boa parte de toda a energia produzida no Estado.

São Gonçalo tem capacidade de produzir 1,3 GW de eletricidade por meio de 10 empreendimentos instalados no município. Da lista de 32 cidades cearenses que produzem energia, é a única com geração a partir de três matrizes distintas (térmica, eólica e solar).

As quatro usinas termelétricas instaladas no Cipp são as que produzem a maior quantidade de energia, em potência: 1.389 MW, ou 94,1% do total. Eólica (782 MW - 5,6%) e solar (5,25 MW - 0,3%) são as outras fontes.

Trairi e Caucaia, também na RMF, completam o pódio das três cidades que mais produzem energia no Ceará, responsáveis por, respectivamente, 869,4 MW e 747,6 MW. Os dados são do Sistema de Informações de Geração (Siga) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Veja o top 5 abaixo.

As 5 cidades que mais produzem energia no CE

  1. São Gonçalo do Amarante: 1.389 MW de potência fiscalizada (25,42% do total do Ceará);
  2. Trairi: 869,4 MW de potência fiscalizada (15,95% do total do Ceará)
  3. Caucaia: 747,6 MW de potência fiscalizada (13,71% do total do Ceará);
  4. Itarema: 285,3 MW de potência fiscalizada (5,23% do total do Ceará);
  5. Aracati: 276,4 MW de potência fiscalizada (5.07% do total do Ceará).

CIDADES COM MAIS USINAS

Em um contexto de transição energética, as energias solar e eólica são as que mais crescem em todo o Ceará. Juntas, essas duas matrizes são responsáveis por 135 usinas em operação no estado, 81,8% do total das que estão em funcionamento.

Nesse contexto, Trairi, o segundo município que mais produz eletricidade em solo cearense, é o que agrupa o maior número de usinas: 33 no total, sendo 31 usinas eólicas e duas solares.

Logo na sequência vem Itarema, com 12 empreendimentos que geram energia a partir dos ventos, e Aracati, com 11. Caucaia também tem 11 usinas, mas são sete solares e quatro movidas por combustíveis fósseis.

Fortaleza também produz energia elétrica. A potência outorgada na capital cearense é de 21 MW em 12 empreendimentos. Desse total, 11 utilizam matrizes fósseis, como geradores movidos a diesel, e 2,4 MW são produzidos por turbinas eólicas da usina Mucuripe, no Cais do Porto

Veja a lista de todas as cidades que produzem energia no Ceará

  • Acaraú;
  • Amontada;
  • Aquiraz;
  • Aracati
  • Beberibe;
  • Camocim;
  • Caucaia;
  • Eusébio;
  • Fortaleza;
  • Fortim;
  • Horizonte;
  • Ibiapina;
  • Icapuí;
  • Itapipoca;
  • Itarema;
  • Juazeiro do Norte;
  • Limoeiro do Norte;
  • Maracanaú
  • Marco;
  • Pacatuba;
  • Paracuru;
  • Pindoretama;
  • Quixeré;
  • São Gonçalo do Amarante;
  • Sobral;
  • Tabuleiro do Norte;
  • Tauá;
  • Tianguá;
  • Trairi;
  • Ubajara;
  • Uruburetama.

PROJETOS QUE AINDA NÃO SAÍRAM DO PAPEL

Os 165 empreendimentos que produzem energia no Ceará representam apenas 20% de toda a potência outorgada pela Aneel para o Estado. O número de projetos inclui três estágios: em operação, em construção e construção não iniciada.

Atualmente, 514 usinas estão no SIGA com status ou em "construção" ou em "construção não iniciada", maior fatia do total: 488. Com exceção de um projeto de termelétrica, os demais são movidos por energias eólica ou solar.

A usina Portocém I ainda não foi iniciada e será movida a energia térmica. Ficará em Caucaia, e quando concluída, terá a maior capacidade de produção outorgada de eletricidade em todo o estado: 1.571,8 MW.

Os demais 487 empreendimentos serão predominantemente solares (418 usinas - 85,83% do total), em clara expansão do segmento fotovoltaico no estado.

Os 26 projetos que estão em construção têm potência outorgada de 979,3 MW. Quatro cidades que atualmente não produzem energia elétrica receberão empreendimentos do segmento:

  1. Abaiara;
  2. Jaguaretama;
  3. Mauriti;
  4. Milagres.

Quando as sete usinas solares em Mauriti ficarem prontas e operando com o máximo da potência outorgada, o município se tornará o quinto maior produtor de eletricidade do Ceará.

Somada, a produção de energia elétrica no Ceará, em potência outorgada, chega a 26.870,4 megawatts (MW), 2,77% de toda a capacidade do Brasil.

Isso deixa o estado na 12ª posição dentre as unidades federativas do País. É necessário, no entanto, diferenciar os três tipos de potências.

  • Potência outorgada: capacidade total autorizada de produção do empreendimento. Na prática, é a potência registrada na Aneel;
  • Potência instalada: capacidade bruta que determina o porte da central gerada para fins de outorga, regulação e fiscalização. É definida através da soma das potências elétricas ativas nominais das unidades geradoras principais da central, que podem crescem até ser igual à potência outorgada;
  • Potência fiscalizada: capacidade de produção a partir da operação comercial, que pode variar, dentro dos parâmetros de outorga.

No Brasil, são 27.441 projetos outorgados, com potência máxima total de 372.411,7 MW. Em operação, porém, este dado cai quase pela metade. Estão em funcionamento no País, isto é, gerando eletricidade, 23.510 empreendimentos, com potência fiscalizada de 196.710 MW.

Quando são analisados os dados cearenses, a diferença é ainda mais discrepante. Os 679 projetos outorgados tem potência total de 26.870,4 MW, mas só 165 estão em operação efetiva, com fiscalização na produção de 5.452 MW.

É preciso lembrar também que praticamente toda a eletricidade usada no Ceará - e no Brasil - é oriunda do Sistema Interligado Nacional (SIN), administrado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A energia elétrica produzida em usinas, sejam elas eólicas, solares, hidrelétricas ou termelétricas, é transmitida ao SIN, que redistribui aos quatro subsistemas (Norte, Nordeste - do qual o Ceará faz parte -, Sudeste/Centro-Oeste e Sul) conforme a demanda.

O restante da eletricidade consumida no Brasil vem de importação de países vizinhos, como Argentina e Uruguai, o que geralmente não chega a 1%.

COMO SE PRODUZ ENERGIA NO CEARÁ?

Empreendimentos em 31 municípios cearenses estão certificados pela Aneel como "em operação", isto é, gerando eletricidade.

As matrizes energéticas que geram energia elétrica no Ceará são a eólica, solar e fósseis, utilizadas em termelétricas. Não há usinas hidrelétricas - principal forma de produção de eletricidade no Brasil - ou nucleares no estado.

No Estado, as turbinas eólicas lideram a produção de energia, seguidas pelas térmicas e, em terceiro, as placas solares. 

PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO CEARÁ (POR MATRIZ ENERGÉTICA, EM MW):

  1. Eólicas: 100 empreendimentos com 2.577,8 MW de potência fiscalizada (47,28% do total);
  2. Termelétricas: 30 empreendimentos com 2.063,8 MW de potência fiscalizada (37,85% do total);
  3. Solares: 35 empreendimentos com 810,5 MW de potência fiscalizada (14,87% do total)
  • Total: 165 empreendimentos com 5,452 MW de de potência fiscalizada (100% do total).