Após elevação do preço do querosene do avião, como ficarão os valores das passagens aéreas?

Os consumidores devem perceber elevação do custo, mas isso dependerá de diversos fatores mercadológicos

Com o reajuste do preço do querosene da aviação (QAV), os passageiros podem observar alta do custo das passagens aéreas já ao longo deste e dos próximos meses. No último dia 1º, a Petrobras elevou em 4,3% o valor médio desse combustível, o segundo aumento seguido, após diversas reduções do produto no início deste ano. 

O QAV é um dos principais insumos para do setor, mas não é o único custo embutido sobre o preço final dos bilhetes. Portanto, se haverá reajuste, quando e de quanto será, dependerá da conjuntura econômica e da definição de cada companhia aérea.

Ou seja, como o mercado é livre, não há impedimento para o repasse ser imediato. O Diário do Nordeste solicitou informações sobre possíveis altas de preço à Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e aguarda reposta. 

O economista e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Ricardo Coimbra, observa que a Petrobras não tem adotado reajustes para outros produtos, como a gasolina e o diesel, mas tem passado algumas alterações sobre o valordo QAV no mercado mundial. 

“Ou seja, repassando parte dessa defasagem que a estatal está encontrando naquilo que talvez impacte menos a inflação. Diante disso, muito provavelmente, deveremos ter, ao longo das próximas semanas, um repasse dessa elevação”, avalia. 

“Não foi um reajuste tão significativo, mas foi segundo seguido e isso pode gerar algum tipo de impacto em relação ao preço das passagens aéreas”, complementa. Coimbra acrescenta que um crescimento da demanda atrelado à majoração do custo também pode ocasionar o repasse dos preços mais altos para as passagens aéreas. 

No mês de julho, mês de alta estação na Grande Fortaleza, a inflação das passagens aéreas ficou em 5,05%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no acumulado deste ano, a alta foi de 0,99%.