Ações do banco alemão Deutsche Bank caem e investidores temem crise bancária na Europa

Banco perdeu quase 8 bilhões de euros em valor de mercado neste mês

O banco alemão Deutsche Bank reacendeu as preocupações de investidores após ações dele cairem quase 14% na quinta-feira (23) em meio aos temores sobre a saúde financeira da instituição. O Credit Default Swap (CDS), um tipo de seguro contra "calotes", subiu de 142 pontos na última quarta-feira (22) para mais de 200 pontos ontem. 

Esse foi o maior nível em quatro anos, realimentando os temores globais sobre a saúde do sistema financeiro mundial. Os papéis se recuperaram um pouco no decorrer do dia e fecharam em queda de 8,5% na Bolsa de Frankfurt.

A piora foi impactada também com investidores do mercado financeiro elevando em muito o custo dos instrumentos financeiros que protegem contra calotes do maior banco alemão, o que fez suas ações desabarem em Frankfurt. A tensão contaminou os papéis de outros bancos europeus e em Wall Street, como JPMorgan Chase e Citigroup.

Com a piora da percepção sobre o banco, o chanceler alemão Olaf Scholz disse à imprensa europeia que a instituição, após uma reestruturação e modernização de seus negócios, passou a ser "muito lucrativo e não há razão para preocupação". De fato, o Deutsche tem dado lucros nos últimos dez trimestres, segundo a CNBC.

Impacto no valor de mercado

Os papéis do Deutsche Bank foram impactados por um anúncio do banco de que planeja resgatar US$ 1,5 bilhão em dívida subordinada no próximo dia 24 de maio, bem antes do vencimento, que é só em 2028.

Em geral, o resgate antecipado de títulos de dívida é feito como uma indicação de boa saúde financeira. No entanto, no caso do Deutsche, o efeito foi contrário.

Neste mês, o Deutsche Bank perdeu perto de 8 bilhões de euros em valor de mercado, com sua ação acumulando queda de 30% na Bolsa de Frankfurt. Ontem, o banco alemão era avaliado em 19 bilhões de euros. Em Wall Street, ações de grandes bancos sofrem com a nova onda de preocupação com o setor.

O banco afirmou que tem "todas as aprovações regulatórias necessárias" para esta decisão, mas causou um profundo impacto no setor bancário, que entrou no vermelho depois da divulgação da notícia. O Deutsche Bank especificou que vai reembolsar as obrigações a 100% do seu valor nominal "com juros corridos até a data de amortização".