76% das empresas do Ceará relatam prejuízos na pandemia; índice é o maior do Nordeste

O levantamento, que busca detalhar os efeitos da pandemia, indica que cerca de 50,6% dos negócios locais tiveram redução de até 50% no faturamento

Com os setores de comércio e serviços predominantes, a economia cearense tem sofrido severamente com a pandemia. Levantamento da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) mostra que 76% das empresas cearenses relataram impactos negativos no período.

O percentual, o mesmo registrado em Alagoas e no Maranhão, é o maior entre os estados atendidos pela instituição.

Ainda no Ceará, 12% dos entrevistados apontaram que o efeito da pandemia foi positivo, 8% não sentiram nenhuma diferença e 4% não souberam ou não responderam.

Com um volume tão significativo de empresas indicando prejuízos em decorrência da pandemia, a pesquisa considera o impacto negativo elevado na região.

Parcela de empresas com impacto financeiro negativo:

  1. Ceará 76%
  2. Alagoas 76%
  3. Maranhão 76%
  4. Bahia 74%
  5. Piauí 74%
  6. Pernambuco 72%
  7. Minas Gerais 72%
  8. Sergipe 72%
  9. Rio Grande do Norte 71%
  10. Paraíba 64%
  11. Espírito Santo 55%

Comércio é o mais prejudicado

A pesquisa da Sudene ainda aponta que 75% dos empresários e empreendedores do comércio estão sofrendo impactos negativos, parcela mais alta em comparação com os demais setores produtivos.

Em seguida, aparecem a indústria e serviços, ambos com 71% dos negócios prejudicados, e a construção civil (75%). A agropecuária foi o segmento com a menos taxa de consequências negativas (62%).

Faturamento e lucro

Além dos impactos financeiros em geral, o levantamento ainda mensurou os prejuízos em pontos específicos como faturamento e receita. No Ceará, 80% das empresas informaram prejuízos nessa variável, o maior percentual entre os estados cobertos pela Sudene.

A maioria dos negócios cearenses (50,6%) tiveram faturamento reduzido em até 50%.

O lucro ficou comprometido para 81% das empresas no Estado, novamente a maior parcela em relação aos federados vizinhos. Para 40,9% dos estabelecimentos, essa variável foi reduzida entre 26% a 50%.

Endividamento e investimentos

Já em relação ao nível de endividamento, 50% dos empresários e empreendedores locais informaram que a pandemia impactou negativamente. Outros 36% disseram que não houve mudanças, enquanto 13% indicaram impactos positivos.

Os investimentos do setor privado também ficaram comprometidos para cerca de 60% das empresas do Ceará. Conforme o levantamento, cerca de 41,3% reduziram os novos aportes de 76% a 100%.

Confiança

Mesmo com as dificuldades, 48% do setor produtivo cearense acredita que irá contornar o cenário e manter o empreendimento funcionando ao final da pandemia. Ainda assim, 38% ainda não têm certeza sobre o futuro do negócio, enquanto 11% acredita que não irá conseguir salvar a empresa.

A longo prazo, 53% dos participantes acreditam em uma recuperação completa. A retomada plena, no entanto, ainda é dúvida para 35%, e outros 11% acreditam que ela não virá.

Desenvolvimento do mercado

Para 55% das empresas cearenses, a pandemia trouxe um impacto negativo no surgimento de novas oportunidades de negócios. Ainda assim, 27% afirmaram que não houve mudanças e outros 17% conseguiram enxergar novas saídas no período.

Por outro lado, o fornecimento de matéria-prima ficou comprometido pra 61% dos negócios locais e 87% afirmaram que os preços desse abastecimento ficaram mais caros.