Símbolos da Monarquia resistem em Fortaleza

Praças, monumentos, ruas e avenidas na Capital alusivos ao período são mantidos com passar dos anos

Escrito por Patrício Lima - Repórter ,

A celebração do aniversário de 128 anos da Proclamação da República do Brasil, data celebrada ontem, 15 de novembro, passou desapercebida por muitos na Capital. A falta de estímulo do poder público e o desinteresse da sociedade são alguns dos motivos que corroboram com esta realidade. Porém, na cidade, ainda restam alguns resquícios e memórias de um momento anterior na história do País: a Monarquia. São praças, avenidas, estátuas e monumentos espalhados por Fortaleza, que ainda resistem ao passar dos anos.

No Centro da Capital cearense, mais precisamente na Praça Pedro II, conhecida também como Praça da Sé, um desses monumentos continua causando interesse da população. Uma estátua centenária de Dom Pedro II, erguida em 1912, que apesar de bastante deteriorada pela falta de cuidado, ainda é um opção de registro fotográfico para moradores da Cidade e também turistas. A Casa do Barão de Camocim e a Avenida Duque de Caxias também entram nesse grupo.

A pequena Thifany Kimberlly, 10 anos, visitou a estátua de Dom Pedro II neste feriado. Ela conta que não conhece muito bem a história, mas sabe que ele foi uma figura importante no País. "Gostaria que a Cidade tivesse mais monumentos como este para conhecermos melhor nossa história", afirma a menina.

Memória

Para o historiador Miguel Ângelo de Azevedo, mais conhecido como Nirez, essa realidade é resultado da falta de zelo com a história da cidade. "Temos poucos resquícios dessa época. A Rua Floriano Peixoto e Marechal Deodoro são alguns deles. Devemos lutar pela manutenção desses monumentos. Eles dizem de onde nós viemos", destaca o pesquisador.

Já o historiador João Mariano Júnior defende que a Monarquia se sobressai ao início do período republicano em alusões na capital cearense. "A maioria das ruas do Centros ão ligadas à Monarquia. As mesmas, antigamente, eram as principais avenidas da cidade. Já alusões do período do início da fase republicano são incipientes", ressalta.

Retorno

O 15 de novembro também suscitou ideias e ideologias do passado. Alcimar Sousa, do Município de Iguatu, viajou para Fortaleza para participar de uma reunião de um grupo, que possuí mais de 50 membros, a favor da volta da Monarquia. O encontro foi organizado através de um aplicativo de mensagens de celular. "É um sistema de governo mais justo. Há um equilíbrio maior entre o Legislativo, Executivo e Judiciário. A prova disso é que dos 10 maiores Índice de Desenvolvimento Humanos (IDHs) no mundo, oito são de países monárquicos", afirma o auxiliar administrativo, que há 2 anos se tornou adepto ao monarquismo.

Antônio Freitas, vendedor, também participou do encontro. Ele afirma que na época da Monarquia, o Brasil viveu sua melhor fase. "Desde a Proclamação da República, que foi um golpe, só vivemos no retrocesso e vendo nossos direitos se tornando migalhas", diz.

Mudança

Em 1889, após a Proclamação da República, o marechal Deodoro da Fonseca passou a ser o primeiro presidente brasileiro depois do período da Monarquia. Nascia no Brasil a República, palavra que vem do latim "coisa pública", sistema de governo no qual os governantes são eleitos pelo povo para mandatos por tempo determinado.

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