"[Atualização às 10h31, de 23/09/20] O Diário do Nordeste noticiou que a Escola de Ensino Médio (EEM) Ronaldo Caminha Barbosa propôs a compra de sete mil fitas para demarcação do piso e 20 mil protetores faciais. Os números corretos são de cinco fitas do tipo zebrada e 20 protetores faciais de policarbonato."
A ampliação das etapas de ensino autorizadas a retomarem atividades presenciais na Região de Saúde de Fortaleza traz consigo a necessidade de manter padrões sanitários e conter a disseminação do novo coronavírus. Para isso, será aberto na sexta-feira (25) o agendamento para testagem de professores e colaboradores de escolas estaduais da rede pública, e de escolas privadas.
Os testes para identificar a Covid-19 serão do tipo molecular, ou RT-PCR, como são conhecidos, e devem acontecer em pontos especiais de coleta, conforme explica a secretária Executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Magda Almeida. Segundo ela, os pontos de testagem das escolas particulares devem ser os mesmos já instituídos quando foram liberadas as aulas presenciais para o Ensino Infantil.
"Provavelmente serão os centros universitários de saúde. Mas é o Sindicato de Escolas Particulares que se organiza com essa coleta para as escolas privadas", pontua a secretária executiva. Já no caso das escolas municipais da rede pública, em Fortaleza, a própria gestão municipal deverá organizar a coleta de material para os testes com agendamento prévio.
Para as escolas estaduais, a Sesa disponibilizará um sistema de agendamento e pontos de coleta. "Além da Central de Testagem da Praça do Ferreira, a gente vai disponibilizar um horário estendido do drive-thru do RioMar Kennedy à noite, e dois outros pontos que vão ser abertos nos Vapt-Vupt, em Antônio Bezerra e Messejana, e a gente vai ter duas unidades móveis para alguma outra necessidade que venha a acontecer", esclarece Magda Almeida.
Ela acrescenta que a Secretaria conta com um banco onde estão listados os professores e colaboradores das instituições estaduais de ensino, que, portanto, já estão cadastrados no sistema. Assim, os funcionários poderão escolher o ponto de testes que lhes for mais conveniente. "Eles vão simplesmente abrir e fazer o agendamento naquela unidade que for mais perto da casa deles", afirma.
Notificação
A testagem dos profissionais da Educação é um dos requisitos incluídos no Protocolo Setorial de Retomada das Atividades Escolares, publicado pela Sesa na terça-feira (22). Nele, estão as diretrizes - divididas por tópico - para o retorno gradual do funcionamento das escolas em todo o Estado. Entre elas, destaca-se que as escolas devem notificar às autoridades competentes, em até 48 horas, os casos de profissionais e alunos afastados da instituição com sintomas relacionados à Covid-19.
"É importante que o colégio notifique a Vigilância para que ela faça essa investigação de surto. Isso não é novidade, já fazemos para meningite, sarampo... A partir do momento que existe um caso identificado, se for positivo, os contatos próximos dessa criança devem ser testados, e, mesmo dando negativo, é preciso que se observem os sinais e sintomas por até 14 dias. Contato próximo é aquele que ficou mais de 15 minutos a menos de um metro de distância da pessoa", diz Magda Almeida.
Em meio às medidas e precauções exigidas, a volta às aulas divide opiniões entre educadores. Ainda ontem (22), foi protocolado na Secretaria Estadual da Educação (Seduc) um ofício coletivo pelo não retorno às atividades presenciais e continuidade das aulas remotas. O documento é de autoria conjunta do Sindicato dos Professores e Servidores da Educação do Ceará (Apeoc), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), da Frente Norte e Nordeste Pela Educação e entidades estudantis.
"O documento deixa claro que o foco neste momento deve ser a defesa da vida, com apoio financeiro e estrutural aos professores e alunos nas aulas remotas e investimentos nas escolas e adequação das mesmas ao enfrentamento à pandemia. Professores e estudantes entendem que ainda não existe segurança sanitária para um retorno das atividades presenciais", informa o sindicato, em nota.
Os autores do ofício reivindicam, ainda, uma audiência conjunta entre Apeoc, entidades estudantis, movimentos sociais e a titular da Seduc, Eliana Estrela, "para discutir que o retorno neste momento de pandemia é precipitado".
Magda Almeida, por sua vez, pondera que as experiências de reabertura das atividades têm sido bem sucedidas até o momento. "Tivemos sucesso em relação à contenção de surtos, seja em instituições de longa permanência, seja no sistema prisional. Então a gente espera que esse sucesso se repita dentro das escolas e colégios, que a gente consiga identificar precocemente esses casos para isolar e tratar da melhor forma possível", afirma a secretária executiva.
Preparo
Com a perspectiva do retorno às aulas presenciais, porém, escolas públicas da rede estadual já se preparam para o retorno das atividades presenciais, previstas para o dia 1º de outubro, com a compra de materiais de higiene e de limpeza dos ambientes na prevenção à Covid-19. Além disso, a Secretaria da Educação do Ceará faz a aquisição e distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) destinados aos funcionários e estudantes com recurso total superior à R$ 6 milhões.
Materiais como álcool em gel, água sanitária, vassouras, rodos e sacos para lixo ficam sob responsabilidade de cada escola, que deve fazer o levantamento dos produtos necessários e comprá-los com a verba distribuída pela Seduc. É exemplo a Escola de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) São José, em Fortaleza, com a solicitação de 75 Kg de sabão em pó e 400 toucas de plástico, dentre outros itens.
Em Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a Escola de Ensino Médio (EEM) Ronaldo Caminha Barbosa, propõe a compra de cinco fitas para demarcação do piso e 20 protetores faciais de policarbonato. As licitações estão abertas para a aquisição dos materiais. Toda a comunidade escolar, como explica a Seduc por meio de nota, deve receber os equipamentos de proteção. "As escolas também contam com recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que chegam anualmente com base no número de alunos, coletado pelo Censo Escolar do ano anterior", acrescenta.