Acupuntura, fitoterapia, reiki, meditação são algumas das 29 Práticas Integrativas e Complementares (PICs) que são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em maio, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou recomendação para que gestores públicos divulguem as PICs durante a pandemia do novo coronavírus. No Ceará, os centros 4 Varas, Movimento Saúde Mental e Mundo Akar realizam esses procedimentos terapêuticos à distância neste período.
"As PICS, durante a pandemia, são aplicadas para melhoria da qualidade de vida, com resultados evidentes no autocuidado, equilíbrio mental e emocional em tempos de isolamento, podendo ser utilizadas pelas equipes que assistem os pacientes, familiares e profissionais; e não como método de cura", ressaltou o órgão em nota.
"Várias patologias se geram por causa do medo e da insegurança: pânico, fobias, hipocondria, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno pós- traumático de estresse e também sintomatologia depressiva, ocasionada pelas perdas. Então estas práticas ajudam, seja no acompanhamento terapêutico, seja na prevenção de patologias mais graves", explica o padre e médico Rino Bonvini, fundador do Movimento Saúde Mental. O projeto tem uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em 2004, foi inaugurado um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no bairro Bom Jardim, em Fortaleza.
"A Covid-19 aumenta a ansiedade, o medo, a preocupação, o nosso contato com pessoas que ficam doentes, que morrem. Isso gera um clima de terror", pontua o padre Rino. De acordo com ele, o grupo terapêutico online tem como objetivo acolher, escutar, trocar ideias e experiências, "de como conviver com esse tipo de situação muito grave, ajudam a fortalecer o sistema de saúde mental, saber que estamos juntos faz uma grande diferença", conclui.
Reiki
Transmissão de energia vital é a proposta do Reiki, uma das terapias integrativas que está sendo procurada para auxiliar no tratamento da Covid-19. "O reiki é uma das práticas atualmente mais valorizadas no tratamento da Covid-19 hoje porque ele pode ser também aplicado a distância, não precisa do toque, não precisa você está perto do paciente, não entra em conflito com nenhum outro tipo de tratamento”, explica a terapeuta Rossana Schiarantolla do Mundo Akar, uma clínica de medicina integrativa que também oferece terapias gratuitas à distância.
O autônomo Heric Carvalho, 42, conheceu o Reiki quando ainda morava em São Paulo, contudo, após ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o antigo músico se mudou para Fortaleza e, assim, ter mais contato com os familiares. Com sequelas de AVC, Heric foi apresentado por uma amiga ao Mundo Akar, onde ele fez uma formação de Reiki para ajudar no tratamento.
Em abril, Heric começou a sentir os sintomas da Covid-19. "Eu senti tudo, dor no corpo, febre, falta de ar. Estava com dores muito fortes", lembra. Ele tinha concluído o curso de reiki há um mês e, durante, a doença começou a participar das correntes de energias todos os dias às 10h da manhã. "Coloquei meu nome na lista, mandavamos energia para o mundo também. Fomos curados, eu, minha mulher e minha filha de um ano e oito meses", relata.
Heric está no grupo de risco, já que também tem asma. Para ele, a prática do reiki durante a doença foi muito importante. "Os sintomas estavam todos brotando, mas eu senti muita vontade de seguir em frente. Os sintomas físicos não me abalavam. Quando o resultado do exame saiu, eu já não estava sentindo mais nada", ressalta.
A psicóloga e pedagoga, Renata Castro, 42, começou com os sintomas de Covid-19 no fim de abril. Através de divulgações em redes sociais, ela conheceu as terapias integrativas. "Já cansada de ficar isolada no quarto por 16 dias, procurei o Movimento Saúde Mental e E pedi que colocassem meu nome na lista do Reiki e que mandassem vibrações positivas para mim", conta.
"As terapias foram seguidas pelas redes sociais no período de isolamento e vejo que ajudou bastante, melhorou a minha autoestima, pensamento positivo para continuar o isolamento e poder sair do quarto. Participei do reiki, meditação na quarentena", destaca.