A atualização do Plano de Contingência contra a Covid no Ceará, divulgado na última quarta-feira (9), pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), também traz orientações sobre a aplicação da vacina. No documento a referência é o esquema nacional, divulgado de forma preliminar pelo Ministério da Saúde, que tem como possível imunizante a vacina de Oxford e do laboratório AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela Fiocruz.
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Mas, segundo o titular da Secretaria, Dr. Cabeto, afirmou o Estado também faz "planos diferenciados para os tipos de vacinas diferenciadas", já que, essa semana, a gestão estadual manifestou interesse em comprar outros imunizantes, como o do laboratório chinês Sinovac, reproduzido, em São Paulo, pelo Instituto Butantan. Isso requer um plano específico de aplicação.
Caso o Ceará venha a adquirir a Coronavac ou vacinas de outros laboratórios é preciso traçar plano distintos que levem em consideração, dentre outros, o intervalo entre a aplicação das doses e as logísticas de transporte e armazenamento dos imunizantes, o que inclui a temperatura de conservação de cada produto.
No plano estadual, a Sesa traçou os grupos prioritários, estimou a quantidade de doses e os custos com a logística da possível aplicação da vacina de Oxford e do laboratório AstraZeneca. O imunizante precisa ser armazenado na refrigeração já utilizada convencionalmente no Brasil, de 2°C a 8°C. A Coronavac, da chinesa Sinovac, a qual o governo do Ceará tenta negociar com São Paulo, também demanda uma rede de frio de 2°C a 8°C, o que facilita as diferentes demandas de condições de armazenamento.
Já vacinas como a farmacêutica Pfizer e do laboratório BioNTech, cuja aquisição foi cogitada, essa semana pelo Governo Federal, requerem ultra-freezer, com temperatura de 70 graus abaixo de zero.
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Na manhã de ontem, Dr. Cabeto em referência à compra de vacinas de diferentes laboratórios reforçou que "o Ceará está sim buscando alternativas para suprir a população de soluções", e enfatizou "temos o cuidado de que essas aquisições ocorram da maneira mais técnica, plenamente validadas, mas da forma mais rápida. Espero que nós tenhamos sucesso nessa missão".
Os dois imunizantes cogitados pelo Ceará ainda estão na fase três dos testes clínicos, na qual a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Até o momento, a Anvisa, embora tenha aprovado o uso emergencial de imunizantes contra a Covid no Brasil, não autorizou a aplicação de nenhuma vacina. Mas, tanto o Ministério da Saúde, ainda que de forma preliminar, como os estados, têm apresentado os planos de vacinação a serem executados tão logo algum dos imunizantes seja aprovado no País.
De acordo com o documento, lançado pela Sesa na terça-feira (9), os gastos do plano de imunização chegam a mais de R$ 7,5 milhões para viabilizar a logística no Ceará. O valor não inclui as doses, e sim a compra de seringas, de câmaras refrigeradas, de computadores, de equipamentos para os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), dentre outros insumos. A projeção é que no esquema de aplicação sejam necessárias duas doses da vacina, o que totaliza uma demanda de 4,4 milhões de doses para o Estado.
Dos R$ 7,5 milhões a ser utilizados para viabilizar a estrutura da vacinação, o Governo do Ceará deve custear R$ 1,5 milhão para a compra das seringas. O restante deve ser repassado pelo Governo Federal. No plano, a meta é aplicar primeiramente a vacina em 1,7 milhão de pessoas distribuídas em quatro fases dos grupos prioritários.