Quem são as pessoas institucionalizadas citadas na 1ª fase da vacinação contra Covid-19 no Ceará

Idosos e pessoas com deficiência residentes em abrigos estão na Fase 1 de vacinação contra Covid-19; a prioridade evita a propagação do vírus em lares e abrigos, aponta infectologista

Dentre os grupos prioritários desta primeira fase de imunização contra a Covid-19 no Ceará estão os institucionalizados, idosos com idade a partir de 60 anos residentes em Instituições de Longa Permanência (ILPIs), e pessoas com deficiência vivendo em residência inclusiva (RI).

A primeira destas categorias, os idosos em ILPIs, abrange todos aqueles que estão em casas de repousos, asilos ou abrigos, enquanto a segunda é voltada para pessoas com deficiência que habitam a RI, “unidade ofertada pelo Serviço de Acolhimento Institucional, para jovens e adultos com deficiência”, segundo o Plano de Operacionalização para Vacinação contra a Covid-19 da Sesa.

Além deles, também estão inseridos na Fase 1 os seguintes grupos: população indígena aldeada, trabalhadores da saúde, e idosos a partir de 75 anos. Ao todo, a Sesa planeja vacinar 620.229 pessoas nesse primeiro momento da imunização. 

Desde a segunda-feira (8), a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) disponibilizou um sistema para que pessoas dos grupos prioritários realizassem cadastro para o recebimento da 1ª dose da vacina contra Covid-19.

Imunização de Detentos

A população privada de liberdade também se enquadra no grupo de institucionalizados. No entanto, segundo o calendário de vacinação, eles devem ser imunizados contra a Covid-19 na Fase 4 de imunização dos grupos prioritários. Nessa quarta etapa também está prevista a vacinação de funcionários do sistema de privação de liberdade. 

De acordo com Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 do Ministério da Saúde, o “planejamento e operacionalização da vacinação nos estabelecimentos penais deverão ser articulados com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e Secretarias Estaduais de Justiça, conforme a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP)”.

Risco de Contaminação

Para o infectologista Robério Leite, as pessoas institucionalizadas, principalmente idosos que vivem em abrigos ou casas de acolhimento, estão sujeitas a um maior risco de contaminação do novo coronavírus por viverem com “um grupo muito maior de pessoas com uma convivência próxima”, explica. 

Além disso, quando se trata de idosos, o especialista aponta que costumam ser pessoas mais vulneráveis para complicações da Covid-19. Isso se deve por fazerem parte de uma faixa etária de maior risco e também, de muitas vezes terem comorbidades que ampliam o risco de complicações.

“Esses grupos são realmente de alta prioridade porque com o cenário que a gente tem de escassez de vacina, a opção inicial é proteger esses grupos mais vulneráveis como uma maneira de reduzir a mortalidade. Depois vamos avançando com a vacinação e tentando reduzir as hospitalizações, complicações”, compartilha Robério.

No caso das pessoas privadas de liberdade, o professor adjunto da faculdade de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) aponta também ser necessário inserir o grupo na prioridade. “Estão com alta vulnerabilidade, principalmente no cenário de instituições prisionais com superlotação. É um cenário não só para Covid-19, mas em geral para doenças transmissíveis”, conclui.  

Fases de Vacinação no Ceará

Fase 1 (em andamento): 

  • População indígena aldeada;
  • Idosos a partir de 60 anos institucionalizados;
  • Trabalhadores de Saúde;
  • Pessoas com deficiência institucionalizadas;
  • Idosos a partir de 75 anos.

Fase 2:

  • Povos e comunidades tradicionais quilombolas;
  • Idosos a partir de 60 anos.

Fase 3:

  • Pessoas com deficiência permanente grave;
  • Pessoas com morbidades.

Fase 4:

  • População privada de liberdade;
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • Forças de segurança e salvamento;
  • Forças Armadas;
  • Trabalhadores de Educação do Ensino Básico;
  • Trabalhadores de Educação do Ensino Superior;
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros;
  • Trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário;
  • Trabalhadores de transporte aéreo;
  • Trabalhadores de transporte aquaviário;
  • Caminhoneiros;
  • Trabalhadores industriais.