Prefeitura já distribuiu 21 mil kits com máscaras feitas por costureiras do Ceará

Os itens não vieram da China e foram confeccionados com produtos têxteis locais, ressalta a Prefeitura de Fortaleza

Entre quinta-feira (30) e o fim da manhã desta sexta-feira (1º), 21 mil kits com máscaras reutilizáveis fabricadas por costureiras do Ceará foram distribuídos nos sete terminais de Fortaleza.  Em live, o prefeito de Fortaleza ressaltou que as máscaras artesanais foram confeccionadas por profissionais cearenses e com produtos locais.

A distribuição, realizada pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), seria voltada inicialmente apenas para usuários do transporte público que passassem pelos terminais dos bairros Parangaba e Siqueira.

Porém, a Etufor alterou o planejamento e afirmou que já está garantida a distribuição dos kits nos terminais de Messejana, Antônio Bezerra, Papicu, Lagoa e Conjunto Ceará. 

A iniciativa tem como objetivo combater a propagação da Covid-19 na capital cearense, epicentro da contaminação pelo vírus no estado. A cidade já registra 5.985 casos confirmados e 387 mortes em decorrência da doença, apontam dados divulgados às 9h04 desta sexta pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Prefeitura desmente fake news 

Em live realizada nas redes sociais nesta quinta-feira (30), o prefeito Roberto Cláudio criticou a propagação de fake news, apontadas por ele como 'perigosas'.

A mais recente, segundo ele, diz que as máscaras entregues pela Prefeitura nos terminais viriam contaminadas da China, país onde o novo coronavírus surgiu. 

Porém, o chefe do executivo municipal negou, ressaltando que as máscaras reutilizáveis foram confeccionadas por profissionais cearenses e com produtos locais.

"Essas máscaras que estão nos kits de alimentação escolar, nas cestas básicas e nos terminais são feitas com produto têxtil cearense, são produzidas por costureiras do estado do Ceará. Elas são lavadas antes de serem ensacadas e distribuídas gratuitamente".

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Ainda que o produto fosse oriundo da China, acrescentou Roberto Cláudio, era pouco provável que a carga viesse contaminada, pois há vários órgãos sanitários e de importação, em âmbito nacional e estadual, que realizam esse tipo de monitoramento. Inclusive a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

"Quando eventualmente se adquire uma máscara que não é têxtil, é hospitalar, e de algum ambiente de importação, mesmo que seja da China, há toda uma garantia de assepsia, de isolamento, de própria proteção pela embalagem. Não é o caso dessas máscaras de distribuição comunitária, mas mesmo quando eventualmente se importa de lá, há toda uma regra de cuidado".

Por fim, o prefeito fez um alerta para que as pessoas "não caiam na balela de um grupo pequeno" que espalha a fake news. "Como toda fake news, esta é baseada na mentira, para benefício pessoal, seja político ou econômico de alguns poucos que tentam macular, atrapalhar o andamento de ações tão necessárias pra gente proteger a vida dos cidadãos", disse. "Se vocês não têm animação, coração ou alma pra poderem ajudar, que pelo menos não atrapalhem o serviço de quem está trabalhando", finalizou.

Ao todo, 2,5 milhões de máscaras devem ser produzidas por cooperativas têxteis e costureiras individuais de Fortaleza com incentivo financeiro da prefeitura.

Projeto de lei e agência de checagem Antifake CE

A Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) aprovou uma lei que estabelece multa de 50 a 500 Unidades Fiscais de Referência (UFIRCEs) para quem divulgar notícias falsas, por meio eletrônico, envolvendo a epidemia da Covid-19 no estado.

O valor arrecadado com as multas deve ser utilizado em ações de combate à epidemia no Ceará, aponta o texto.

O projeto, de autoria da deputada estadual Augusta Brito (PCdoB), foi sancionado pelo governador Camilo Santana e divulgado no Diário Oficial do Estado, na edição desta quinta-feira, data em que entrou em vigor. 

Nesta quarta-feira (29), o governo do Ceará também lançou a Antifake CE, uma agência oficial para checagem de dados em relação a temas ligados à administração pública estadual. A plataforma foi criada para combater a propagação de notícias falsas, imprecisas ou exageradas que possam levar o cearense à desinformação em meio à pandemia do novo coronavírus, segundo o governo estadual.