Prazo para entrega da Nova Avenida Beira-Mar é dezembro deste ano; saiba o que ainda falta

Permissionários e frequentadores avaliam que espaço melhorou, mas ainda precisa de mais acabamento; Prefeitura prevê que apenas pista de skate fique para 2022

Desde agosto de 2018, já se vão mais de três anos desde que a Prefeitura de Fortaleza iniciou as obras de requalificação na principal via turística da cidade, no projeto conhecido como a ‘Nova’ Avenida Beira-Mar. Atualmente, 97% da programação foi realizada, mas fica a dúvida: ela será mesmo entregue até o fim do ano?

A estimativa inicial era a de que as intervenções durassem dois anos. Atualmente, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf) mira “previsão de entrega para dezembro deste ano”. Ainda há pouco mais de 50 dias para o fim do prazo, mas o que ainda se vê atualmente na Avenida são montes de areia, pedras e acabamentos por fazer.

Conforme a Seinf, atualmente, estão em andamento ações de urbanização na orla, como paisagismo, revestimentos dos quiosques, acabamentos de piso, a instalação de um skatepark e a construção da nova feirinha da Beira-Mar, que prevê 707 boxes comerciais.

Quando foi anunciado, em outubro, o skatepark teria prazo de conclusão de sete meses. Ou seja, dever ser o único equipamento a ser liberado apenas em 2022.

À espera da Feirinha

O presidente da Associação de Feirantes da Beira-Mar (Asfabem), Sérgio Gonçalves, conta que todo dia “dá uma olhadinha” no andamento da obra. A ordem de serviço para a construção da Feirinha repaginada foi assinada em abril, com previsão de entrega inicial de cinco meses - tempo que já passou.

Porém, “acha difícil” que a meta do fim do ano seja cumprida.

“Já estamos em novembro e ainda estão puxando o piso. A gente sabe que os boxes são pré-moldados, que é só chegar e instalar, mas mesmo assim…”, pensa.

Atualmente, os 663 permissionários ocupam outro espaço, no Aterro entre o espigão da Avenida Desembargador Moreira e a Rua Nunes Valente, e saíram do esquema de rodízio há menos de um mês. “Ainda estamos na pandemia, mas posso dizer que hoje, na calçada, está melhor do que em 2019”, comemora Sérgio.

O presidente da Asfabem também afirma que mantém interlocução constante com a Prefeitura para verificar o cumprimento do projeto que foi acordado. Para ele, o ideal é que todos os feirantes sejam transferidos de uma só vez, e não por partes.

Melhorias ao longo do tempo

O projeto também contempla novo piso, equipamentos de esporte e lazer, banheiros públicos e ampliação das vagas de estacionamento, entre outras intervenções. Ao todo, são mais de 66 mil metros quadrados de intervenções, entre a Avenida Rui Barbosa e a Rua Tereza Hinko. 

Em outubro, a Avenida também recebeu três barreiras de contenção para evitar depósitos de areia nas galerias de drenagem, para evitar a obstrução do novo sistema e possíveis alagamentos da via durante a quadra chuvosa.

O educador físico Jorge Lucas Pontes, que assiduamente corre na Avenida, percebe que as intervenções realizadas até agora melhoraram muito com relação a quem pratica esportes.

“Criaram uma faixa para quem caminha e outra para quem corre e pedala. Ficou muito bom porque diminuiu a lotação em um ponto só”, avalia.

Como ponto negativo, ele elenca os banheiros. “Acredito que, na orla inteira, você só ter um banheiro público é muito pouco”. O projeto da Prefeitura prevê a instalação de sete, ao todo.

O que já foi concluído

Até o momento, as reformas já contemplaram:

  • engorda do aterro já existente na Praia de Iracema e a criação de outro de 80 metros, entre os espigões da Av. Rui Barbosa e a Av. Desembargador Moreira;
  • estruturação de via paisagística com calçadão e três pavilhões multiusos: para pedestres, para ciclistas, e um com quiosques de alimentação e bebidas; 
  • ciclovia e uma pista de cooper com 2,6 km de extensão;
  • criação de 350 vagas de estacionamento
  • nova iluminação com fiação embutida; 
  • acréscimo de espaços para convivência;
  • reforma de quadras de vôlei de praia, pista de skate e anfiteatro. 

Processo histórico

A revitalização da Beira-Mar é um processo que já dura quase 20 anos. Ela começou a ser debatida com mais intensidade em 2002, na segunda gestão de Juraci Magalhães, quando foi proposta a retirada das barracas irregulares e o agrupamento delas em "ilhas".

O projeto foi barrado porque, à época, a Prefeitura não tinha autorização da União, titular de áreas de praia. Em 2009, na gestão de Luizianne Lins, foi realizado um Concurso Nacional de Ideias para remodelar a área.

O plano vencedor começou a sair do papel em 2013, já com Roberto Cláudio no Paço, a partir da reforma no Mercado dos Peixes e da construção do espigão do Náutico.