A aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer foi autorizada para gestantes e puérperas do Ceará que receberam a primeira dose da AstraZeneca. Orientação foi divulgada pela Secretaria da Saúde (Sesa) por meio de nota técnica nesta sexta-feira (2).
O intervalo de aplicação entre as doses deve ser de 90 dias, de acordo com definição do Centro de Operações de Emergência em Saúde da Sesa (COE Covid-19).
A vacinação de gestantes e puérperas com o imunizante da AstraZeneca/Oxford foi suspensa em maio, conforme recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Efeito adverso grave da vacina matou uma gestante e o bebê.
Alternativa
A nota técnica da Sesa oferece alternativa para gestantes e puérperas que não queiram concluir a imunização com a vacina da Pfizer.
Estas devem esperar até o fim do puerpério (45 dias após o parto) para tomar a segunda dose da AstraZeneca.
"A coordenação geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI) também orientou que todas as gestantes e puérperas, inclusive sem comorbidades, que já tenham recebido a primeira dose da vacina AstraZeneca/Oxford/Fiocruz, deveriam aguardar o término do período da gestação e puerpério (até 45 dias pós parto) para a administração da segunda dose da vacina", pontua o documento.
Vacinação de gestantes e puérperas no Ceará
A primeira dose da AstraZeneca foi aplicada em 1.839 gestantes e puérperas no Ceará até o período da suspensão, de acordo com informações do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SIPNI).
Nota técnica de orientação divulgada pela Sesa nesta sexta afirma que, "até o momento", não foram notificadas reações adversas grave neste grupo de vacinadas.
Aumento de óbitos maternos
De acordo com a pasta, a indicação para a combinação de imunizantes ocorre em meio ao aumento de óbitos maternos em decorrência da Covid-19 no Ceará, assim como em todo o Brasil.
Até junho deste ano, dos 35 óbitos maternos pela doença, 85,7% foram de puérperas e 11,4% de grávidas. Em 2020 ocorreram 32 óbitos do tipo pela Covid, sendo 78,1% no puerpério e 12,5% durante a gravidez.
"Considerando o agravamento do cenário da morbimortalidade materno-infantil decorrente da Covid-19 e diante da situação da suspensão da utilização desta vacina, faz-se necessário manter a continuidade da vacinação para gestantes e puérperas utilizando outras vacinas já aprovadas para uso no Brasil que não contenham vetor viral", diz nota da Sesa.
Autorização no Rio de Janeiro
Na última terça-feira (29), a Prefeitura do Rio de Janeiro autorizou a aplicação da segunda dose da Pfizer em grávidas que receberam a vacina de Oxford/AstraZeneca na primeira dose.
Em razão disso, a capital fluminense é a primeira do País a adotar a combinação de vacinas diferentes.
"As gestantes que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca poderão, mediante avaliação dos riscos e benefícios com seus médicos, realizar a segunda dose com a vacina da Pfizer 12 semanas após a primeira dose", publicou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.