Estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) ocuparam, na manhã desta sexta-feira (23), a reitoria da instituição em protesto à nomeação do advogado e professor Cândido Albuquerque para o cargo de reitor. A partir das 7h, alunos e servidores commeçaram a se mobilizar com bandeiras, faixas e instrumentos de percussão. Todos os acessos foram bloqueados com o objetivo é impedir o acesso do novo gestor. Mais tarde, o cruzamento das avenidas Universiade e 13 de Maio foi bloqueado num "cadeiraço".
Por volta das 10h45 eles liberaram a via e muito estudantes se dirigiram ao Restaurante Universitário, quando o movimento dispersou.
De acordo a diretora de universidades públicas da União Nacional dos Estudantes (UNE), Natália Aguiar, quatro dos cinco acessos à reitoria ficaram bloqueados durante o ato. O objetivo, segundo ela,foi fazer com que o novo reitor entregasse o cargo. "Não reconhecemos ele como nosso reitor, é uma ação de indignação, a gente quer dar através de pressão que ele não ocupe mais o cargo, que ele entregue o cargo", disse. Ainda segundo a estudante, será feito um acampamento permanente no local, sem data prevista para encerrar, e os professores estão sendo convidados para ministrarem aulas aos universitários no local do protesto.
Procurada para se posicionar sobre o ato, a assessoria de imprensa da UFC informou apens que as aulas ocorreram normalmente nesta manhã.
A nomeação de Albuquerque aconteceu na última segunda-feira (19), quando foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Ele é alvo de críticas porque por ter sido escolhido reitor da universidade pelo presidente Jair Bolsonaro a partir de uma lista tríplice feita pela comunidade acadêmica, da qual ele foi o menos votado. O advogado deve assumir o cargo na próxima segunda-feira (26).
O professor Custódio Luís Silva de Almeida, o mais votado na consulta pública, lamentou “profundamente” a decisão do presidente Jair Bolsonaro de nomear o advogado e professor Cândido Albuquerque.
“A minha lamentação não é pessoal, é pela UFC. A minha candidatura foi pelo público e pelo coletivo. É triste porque a voz da universidade não foi respeitada”, afirmou o docente, que nesta semana finaliza os trabalhos no gabinete da vice-reitoria.