Escolas da rede municipal são premiadas por resultado no Spaece

Mais de 270 unidades de ensino fundamental receberam a premiação, ontem. No entanto, estudantes reclamam da falta de itens básicos nas instituições

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O resultado da última edição do Sistema de Avaliação Permanente da Educação Básica do Estado do Ceará (Spaece) mostra que 206 escolas da Capital atingiram um nível desejável de alfabetização, no ano passado. Em 2012, eram apenas 20 com esse perfil. O avanço de 930% fez a Prefeitura de Fortaleza entregar, ontem, o Prêmio Escola com Excelência em Desempenho (Pemed). Contudo, ao mesmo tempo em que a rede municipal colhe frutos positivos, quem está dentro da sala de aula ainda se queixa da precariedade da estrutura oferecida.

Ao todo, 276 escolas da rede municipal que obtiveram a partir de 85% dos alunos em nível desejável e alcançaram proficiência adequada em português e matemática, foram premiadas com placas e recursos financeiros que chegam a R$ 2 milhões. Já os estudantes do 5º e 9º anos que ficaram nas três primeiras colocações receberam celulares. Cerca de 834 alunos foram contemplados com os aparelhos.

Geovana Ketley Silva, 11, que fazia o 5º ano na Escola Municipal Professor Edilson Brasil Soarez, tirou 1º lugar em português e matemática, em 2018, comemora o resultado relembrando a trajetória de estudos. "Quando soube da premiação, revisei todas as provas. Eu tinha muita dificuldade, mas pedi ajuda aos professores". Porém, após a prova, a surpresa. "A diretora me chamou, eu achava que era alguma coisa ruim, que eu tinha tirado uma nota baixa, mas quando ela me disse do prêmio, eu fiquei sem saber o que falar e por dentro, pulando de alegria".

Apesar do alcance positivo, o prefeito Roberto Cláudio avalia que melhorar os resultados do 9º ano ainda é um desafio. Esta etapa do ensino fundamental tem a menor evolução em proficiência. O nível de aproveitamento em matemática passou de 247,3 em 2012 para 250,5, no ano passado. Em igual período, em português a elevação pulou de 246,4 para 263,2. "A turma que está agora no 9º ano não passou por uma alfabetização diferenciada. Por isso, que a gente tem compensar, dando um olhar diferenciado para as séries finais", destaca.

É também do 9º ano de onde vem as principais reclamações dos alunos. "Tem livros muito desgastados". "Nosso professor já deixou de dar aula porque não tinha pincel". "Ainda não recebemos a farda. O kit escolar (caderno, caneta e lápis) só foi entregue em maio". Procurada, a Secretaria Municipal da Educação (SME) não enviou resposta até o fechamento desta matéria.