Desafio da vacinação contra Covid é rapidez da imunização; Sesa avalia que CE segue ritmo previsto

Das 223 mil doses distribuídas até agora no Ceará, 30,8% já foram aplicadas nos 184 municípios. Quanto mais rápido a imunização ocorrer, melhor é o desempenho dessa estratégia de combate à pandemia.

A quantidade de doses disponíveis do imunizante contra a Covid no Brasil ainda é pouca. No Ceará, dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), coletados até 12h15min desta quinta-feira (28), apontam que das 223.450 doses que começaram a ser distribuídas, desde o dia 18 de janeiro, nos 184 municípios, 68.738 foram aplicadas. Isto equivale a 30,8% do total.

No processo de vacinação, as cidades não precisam cumprir uma meta de velocidade de aplicação dos imunizantes. Contudo, o ritmo deve ser de celeridade, já que quanto mais pessoas vacinadas o mais rápido, melhor deve ser o desempenho dessa estratégia de combate à pandemia.   

Conforme a coordenadora de Imunização do Estado do Ceará, Carmem Osterno, "o ritmo de vacinação está dentro do previsto. E acontece sempre dessa forma quando nós começamos campanha de vacinação. Por exemplo, na campanha de influenza. No início, recebemos um quantitativo pequeno de vacinas, fazemos a distribuição e depois, na terceira remessa em diante é que os lotes se tornam maiores". Hoje, afirma Carmem, o maior obstáculo é, de fato, a baixa disponibilidade da vacina para o Brasil. 

"Nós estamos dependendo da chegada das vacinas. A distribuição está sendo eficaz. O grande problema é a quantidade da vacina. Em março, é quando a gente vai ter quantitativo muito maior. Janeiro estamos recebendo quantitativos pequenos. Em fevereiro já aumenta", projeta ela.

No Estado, reforça Carmem, a distribuição, o armazenamento e a aplicação dos imunizantes, não têm enfrentando problemas. O desafio dos municípios, acrescenta, tem sido lidar com as poucas doses disponíveis e organizar a fila de prioridade, de modo a contemplar, realmente, aqueles que se enquadram nessa etapa. 

Até a manhã desta quinta-feira (28), com base nos dados da Sesa, 24 municípios do Ceará - Alto Santo, Granjeiro, Pires Ferreira, Eusébio, Baturité, Fortim, Catarina, Cedro, Uruburetama, Ibicuitinga, Jaguaretama, Maranguape, Limoeiro do Norte, Guaramiranga, Paramoti, Aracoiaba, Choró, Quixeré, Poranga, Cruz, São Gonçalo do Amarante, Independência, Itapiúna e Capistrano - já vacinaram mais da metade do público-alvo  previsto, neste momento específico. 

Cada cidade, recebe um quantitativo de vacina proporcional ao número de pessoas enquadradas na primeira etapa dos grupos prioritários. Na pandemia de Covid, no atual momento, são eles: 

  • Profissionais da saúde - (no momento, somente aqueles da linha de frente contra a Covid);
  • Idosos com mais de 60 anos institucionalizados em abrigos;
  • Pessoas com deficiência acima de 18 anos que estejam em abrigos;
  • População indígena

Vacinas de distintos laboratórios

Nesta campanha de vacinação, vacinas de distintos laboratórios estão sendo utilizadas (Coronavac/Butantan e  Astrazeneca/Fiocruz) no Brasil. Isto, requer uma atenção maior a logística. No entanto, Carmem garante que a diversidade de produtores não é uma novidade. "Em 2010, com a H1N1, nós trabalhamos com quatro laboratórios diferentes para que pudéssemos vacinar todo mundo. Tínhamos quatro estratégias de vacinação diferente. O PNI é acostumado com esses desafios". 

O Ceará já recebeu três lotes da vacina, na seguinte ordem: 

  • 18/01 - Coronavac/Butantan - 218.000 doses;
  • 23/01 - Astrazeneca/Fiocruz - 72.500 doses;
  • 25/01 - Coronavac/Butantan - 33.200 doses

Além disso, ela reforça que embora não exista uma meta, os municípios precisam vacinar o maior número de pessoas do público alvo do atual momento em menos tempo. "Não existe  proporção. A tentativa é fazer o mais rápido possível até porque é uma doença desafiadora". Ela reforça que, anualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), consegue vacinar contra a influenza cerca 80 milhões de brasileiros, em 2 a 3 meses.