Coronavírus: Cinco regiões de Fortaleza são as mais críticas, alerta Roberto Cláudio

O prefeito disse que o município vai passar a internar pacientes com sintomas leves e chamou atenção para cinco áreas críticas da cidade

O prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais na noite desta quinta-feira (23) para alertar quanto a cinco áreas de Fortaleza que têm se mostrado mais vulneráveis ao novo coronavírus (SARS-CoV-2). Ele ressaltou ainda que esta quinta-feira foi o dia com o maior número de confirmações de mortes pela doença desde o início da pandemia, sendo 23 óbitos atestados por exames.

Os pontos críticos de Fortaleza, conforme enumerados pelo prefeito, são: o eixo Pirambu/Cristo Redentor/Barra do Ceará/Álvaro Weyne/Carlito Pamplona; o eixo Grande Mucuripe, incluindo Vicente Pinzón, Cais do Porto e Serviluz; a área do Conjunto Prefeito José Walter e Planalto Airton Senna, incluindo os residenciais do Cidade Jardim; Grande Bom Jardim e, por fim, Grande Jangurussu

"Na verdade, a gente já tem o problema hoje instalado no território da cidade praticamente inteiro, mas essas cinco regiões em especial são áreas em que a gente precisa garantir que o isolamento social seja praticado. Do mesmo jeito, garantir que pessoas nesses bairros que tenham acima de 60 anos de idade e sintomas gripais já procurem o serviço de saúde. E pessoas abaixo de 60 anos que desenvolvam um quadro mais severo de virose, um início de uma falta de ar, também procurar, porque o tempo de atendimento tem sido um fator diferencial pro prognóstico e evolução do paciente", esclarece o gestor. 

Ocupação de leitos

Com relação aos leitos municipais à disposição dos pacientes com a Covid-19, Roberto Cláudio afirma que o hospital de campanha no estádio Presidente Vargas tem hoje 56 pacientes transferidos, entre aqueles que receberam alta das unidades de terapia intensiva (UTIs), ou dos que foram encaminhados de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Os leitos de UTI do Instituto Dr. José Frota 2 (IJF 2) contam com apenas duas unidades vagas.

A estratégia adotada agora, segundo o prefeito, é reforçar as internações precoces de pacientes com sintomas leves, mas com possibilidade de o desenvolvimento da doença para estágios mais graves.

"Vamos começar a fazer uma internação mais precoce desses pacientes, para evitar que eles fiquem em casa com sintomas leves, mas com marcadores de que podem complicar. Vamos ser mais conservadores em relação a isso. Internar precocemente nem que o paciente precise ficar só dois ou três dias internado", explica.

 

Covid-19 no Ceará

Segundo os dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde (Sesa), divulgados às 17h15, o total atual é de 4.702 infectados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e de 271 mortes pela doença.

Houve um acréscimo de 586 novos resultados positivos para o vírus, além de mais 32 mortes confirmadas em relação aos dados fornecidos no mesmo horário desta quarta-feira (22).

Os pacientes estão distribuídos por 116 municípios cearenses e, do total, 3.698 se concentram em Fortaleza - cidade com maior concentação do coronavírus.

A Capital também reúne a maioria dos óbitos, sendo 207 até o momento. A taxa de letalidade da Covid-19 no Ceará é de 5,8%, e em Fortaleza chega a 5,6%. 

A faixa etária que reúne a maior quantidade de óbitos é de 80 anos ou mais, para ambos os gêneros. Ainda de acordo com o boletim do IntegraSUS, morreram 80 pacientes nesse intervalo de idade.

Pesquisadores estudam vacina

Uma vacina contra o coronavírus – Sars-Cov-2 – está sendo desenvolvida a partir do vírus Influenza, na Fundação Oswaldo Cruz, em Minas Gerais. O estudo começou em fevereiro, e deve levar até quatro anos para o resultado ser disponibilizado para a população brasileira. A previsão é de que os testes clínicos em humanos poderão ser iniciados em dois anos e meio. O trabalho visa criar uma vacina bivalente, que proporcione a imunização contra o coronavírus e a Influenza simultaneamente.  

O início da testagem clínica em humanos depende da garantia de recursos necessários, considerando, também, o alto custo dos testes. O pesquisador explica que o andamento de estudos para encontrar uma vacina para o coronavírus em outros países é acompanhado com interesse e expectativas positivas.