O Ceará registrou, neste domingo (4), o menor número de pacientes aguardando na fila por leitos de Covid no sistema público de saúde desde 17 de janeiro de 2021. No inicio do ano, o total chegou a 49 solicitações por leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Hoje foram realizados 52 novos pedidos, sendo 43 novas vagas em enfermaria e 9 UTIs.
Os dados são da plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), atualizados até às 10 horas deste domingo.
De acordo com o sistema, as solicitações de leitos, tanto UTI quanto enfermaria, começaram a crescer a partir da segunda quinzena de fevereiro. Até aquele período, a média era de 80 a 100 pedidos diários. Em 13 de abril, o indicador atingiu o pico, chegando a 422 requisições, sendo 289 para leitos gerais e 133 para os de terapia intensiva.
Os números de solicitações de leitos vêm diminuindo, com maior intensidade, desde a segunda quinzena de junho. No dia 20, pela primeira vez em três meses, o Ceará chegou a ficar com menos de 100 solicitações. Na época, foram 87 pedidos, 56 de enfermaria e 31 de UTI.
Fortaleza com o maior número de solicitações
A região de saúde de Fortaleza, com 44 municípios, ainda concentra o maior número de solicitações de leitos no Estado, neste domingo, totalizando 16 requerimentos. Desse total, 12 são de enfermaria e 4 de UTI.
A região de saúde de Sobral fica em segundo, com 13 solicitações, sendo 11 de enfermaria e 2 de UTI.
Queda na taxa de ocupação de leitos de UTI e enfermaria
Já a taxa de ocupação dos leitos de UTI para tratamento da Covid-19, no Ceará, atingiu o menor índice desde 14 de janeiro deste ano, quando a ocupação era de 66,19%, atingindo o percentual de 67,29%. Os dados também são do IntegraSus.
Quanto ao cenário dos leitos de enfermaria, a taxa de ocupação, até o dia 30 de junho, estava em 39,63%, melhor índice desde 10 de janeiro (34,18%).
Avanço da vacincação
Para o epidemiologista Luciano Pamplona, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), a redução pode estar relacionada a uma série de fatores, entre eles , o avanço da vacinação conotra a Covid-19 e as medidas preventivas adotadas ao longo dos últimos meses, como isolamento social restritivo.
"Isso é um esforço coletivo das medidas de isolamento social, do uso de máscara disseminado por grande parte da população. Assim como, pelas coberturas vacinais que começaram a aumentar de forma importante mesmo com primeira dose ainda, mas de forma já robusta na população idosa e em profissionais de saúde que eram aqueles mais expostos", esclarece.
Além disso, o epidemiologista explica a tendência de queda na disseminação de doenças respiratórias no Ceará devido a sazonalidade natural.
"Ano passado nós já tivemos a impressão do decréscimo natural da sazonalidade da doença no segundo semestre. Isso acontece com todas as doenças respiratórias aqui no Ceará, basicamente por condições sanitárias e ambientais. Então para covid-19 não tem sido diferente"
Apesar do cenário atual de arrefecimento da pandemia, Luciano alerta para os cuidados que ainda são necessários para evitar novos picos da doença. "Essa situação não nos tira do alerta ainda, mas nos deixa numa situação confortável na perspectiva de pensar já o próximo ano e os possíveis próximos picos que podem vir em virtude de novas cepas, por exemplo", afirma.