Casarão dos Fabricantes​ segue sem reforma e com processo de tombamento pausado

Prefeitura aguarda laudo dos proprietários para prosseguir com processo de tombamento do imóvel

O prédio que abrigava o Casarão do Fabricantes, também conhecido como Palacete da Avenida Central, ainda não tem destino definido. Três meses depois do incêndio que ocorreu no local, o processo de tombamento do empreendimento segue parado e os proprietários não tem uma previsão sobre quando deve se iniciar a reforma do local, mas o representante destaca que a intenção é recuperar a estrutura e fazer do local referência no polo de confecção da área.   

O imóvel que encontrava-se tombado na modalidade provisória quando ocorreu o incêndio. Segundo a Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor), por tratar-se de uma propriedade privada, para dar prosseguimento ao processo de tombamento é necessário laudo detalhado dos danos sofridos na estrutura. Em nota a pasta informa que “realizou vistorias técnicas no Casarão, bem como articulação direta com o proprietário” e aguarda laudo em construção que será enviado pelo proprietário.  

De acordo com Ricardo Muller, representante dos donos do imóvel, o laudo já está sendo produzido junto a um anteprojeto arquitetônico. “No momento estamos elaborando o anteprojeto arquitetônico para então submetê-lo às autoridades municipais e obtermos autorização para iniciarmos os trabalhos recomendados no laudo técnico", explica. O laudo técnico mencionado, foi entregue aos proprietários, ainda em setembro, pela Defesa Civil de Fortaleza.

Apesar do documento estar em construção, ainda não se tem um prazo de entrega do mesmo ou do início de alguma reforma na propriedade. Mas Ricardo destaca que existem intenções de transformar o prédio em referência no polo de confecções de Fortaleza. "A intenção é  recuperar a estrutura de modo a permitir a exploração comercial do ponto, fazendo do imóvel referência no polo de confecções da área. Assim como [também] no aspecto arquitetônico de preservação de um bem com valor histórico", enfatiza.

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Após o recebimento do documento, a Secultfor, levará a pauta ao Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico-Cultural de Fortaleza (Comphic) para decidir sobre a continuidade do processo de tombamento. Caso seja dado procedimento, o Conselho, junto à Coordenação do Patrimônio Histórico Cultural (CPHC), irá elaborar diretrizes específicas para o caso, "visando a manutenção das características originais e históricas do bem que resistiram ao ocorrido", frisa a pasta.

Laudo

Conforme apurado com Ricardo Muller, o laudo emitido mostra que o calor fez com que paredes e fachadas internas, que são construídas com tijolos brancos a base de diatomita, comum em construções da época em que o empreendimento foi levantado, "sofreram deformações excessivas e estão com os prumos comprometidos, sendo recomendada a demolição dessas estruturas". 

Sobre as fachadas externa sul e poente, o documento detalha que não sofreram tantos danos, e foi recomendado o fazer um sistema de proteção de edificações contra a ação do vento.