Uma carreata organizada por representantes de duas associações de escolas particulares do Ceará pediu, na tarde desta terça-feira (28) a retomada das aulas presenciais em Fortaleza.
A atividade chegou a ser prevista para voltar em 20 de julho mas acabou não sendo autorizada pelo governador do Ceará, que deve receber pais nesta semana para discutir o tema.
A concentração aconteceu às 15h na Avenida Luciano Carneiro,em frente a Universidade Estadual do Ceará (Uece). Ppercorrendo avenidas movimentadas da Capital como Pontes Vieira e Barão de Studart, os manifestantes realizaram um buzinaço e exibiram cartazes e faixas onde estavam escritas frases como "educação é prioridade", "lutamos pela educação" e "liberdade de escolha".
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Prevista para terminar em frente ao Palácio da Abolição, sede do governo do estado, situada no bairro Meireles, a carreata encerrou na Rua Pereira Filgueiras, por causa de um bloqueio que impediu a aproximação do grupo.
A professora Rejane Sousa, que faz parte do grupo de diretores de escolas de pequeno e médio porte, fez um apelo ao governo do estado para a retomada das aulas já a partir do dia 3 de agosto.
"A gente está aqui hoje para solicitar ao governador do estado que entregue as chaves das nossas escolas em nossas mãos porque nossos clientes querem voltar às aulas. Não temos muito dinheiro, mas ao longo desses quatro meses nos preparamos para receber de volta nossos alunos. Precisamos que ele abra nossas escolas dia 3 de agosto, disse.
Aulas não foram autorizadas a retornar na 4ª Fase
O governador do Ceará Camilo Santana anunciou, no início da noite da sexta-feira (24), que a avaliação sobre a retomada das aulas presenciais seguiria durante esta semana. Na ocasião, o chefe o executivo liberou a reabertura de academias e estendeu o horário de funcionamento das barracas de praia na capital cearense.
"Quero deixar muito claro que as aulas presenciais não retornarão na próxima segunda-feira, serão reavaliadas ainda na próxima semana para que a gente possa estabelecer prazos, protocolos, fazer o monitoramento para que possamos retomar essa atividade da forma mais segura possível, ouvindo pais, familiares, estudantes, professores. Essa será uma construção, como a gente tem feito ao longo dessa pandemia", disse o governador.
O Estado está em diferentes etapas do plano de retomada da economia iniciado em 1º de junho e que prevê cinco fases com duração de 14 dias cada, considerando o período de transição. Há quase duas semanas na fase 4, atualmente, a capital é a cidade que está em etapa mais avançada, contudo ainda sem aulas presenciais, shows e cinemas, com anteriormente previsto para esta etapa.
Reunião com governador e prefeito
Ainda nesta semana, pais de alunos de escolas públicas e particulares devem participar de uma reunião com o governador e o prefeito Roberto Cláudio para discutir a retomada das aulas presenciais, que seguem suspensas desde meados de março, por causa da pandemia da Covid-19
A possibilidade de retorno continua a dividir opiniões em todo o Brasil e os responsáveis serão consultados para relatarem suas preocupações em relação ao impasse, informou o secretário executivo da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) e coordenador do plano de retomada, Flávio Ataliba, na manhã desta segunda-feira (27).
"Essa semana, o governador deve chamar os pais para o debate porque é importante colocar qual a visão que eles têm do problema", confirmou Ataliba ao Sistema Verdes Mares. Segundo a assessoria da Seplag, os representantes a serem ouvidos são de uma associação.
O secretário justifica que os pais serão ouvidos somente agora, quando 95% da economia já retomou suas atividades, tendo em vista que os especialistas ainda desenvolviam uma opinião focada na saúde bem como no aprendizado dos alunos
Conselho recomenda aula remota até o fim de 2020
Através de um Parecer publicado nesta sexta-feira (24), o Conselho Estadual de Educação do Ceará (CEE) recomendou que o ensino remoto fosse continuado em instituições de ensino que ofertam Educação Básica, Educação Profissional Técnica de Nível Médio e Educação Superior até 31 de dezembro de 2020 “por precaução e para preservação da vida”.
A recomendação segue mesmo com a possível autorização para a retomada das atividades presenciais nesse período.
O documento, que foi elaborado por uma comissão relatora específica, traz que o intuito do Conselho é colaborar com estratégias para evitar prejuízos aos alunos, professores e familiares. “A orientação se firma nos princípios da equidade, flexibilização e inclusão, e identifica meios legais e pedagógicos para impedir a suspensão do calendário letivo, a reprovação, o abandono e até a evasão escolar”.
Segundo o CEE, a suspensão das aulas presenciais foi uma medida importante para a manutenção do isolamento social. “Tal medida tem encontrado grande apoio junto à comunidade, pais e instituições de ensino, porque a situação da pandemia remete a cada um a necessária atitude de se reinventar”, cita o documento.