Em apresentação no Corinthians, Cuca se defende sobre condenação por estupro: 'sou inocente'

O técnico concedeu coletiva nesta sexta-feira (21)

Legenda: Cuca é o novo técnico do Corinthians para a temporada de 2023
Foto: Rodrigo Coca / Corinthians

O técnico Cuca foi apresentado oficialmente pelo Corinthians nesta sexta-feira (21). Em 40 minutos de entrevista, o treinador respondeu, principalmente, a perguntas sobre a condenação que sofreu em Berna, na Suíça, por estupro a uma menina de 13 anos, quando ainda era atleta do Grêmio, e que provocou protestos de torcedores contra o acerto.

Ele afirmou ser "totalmente inocente", disse ter "vaga lembrança" do episódio ocorrido em 1987 - a condenação se deu em 1989 - revelou arrependimento por ter falado pouco do assunto, prometeu "passar por cima" dos protestos contra a sua contratação e manifestou o desejo de abraçar causas sociais em benefício das mulheres contra violência sexual.

"É um tema delicado, pessoal, mas faço questão de falar e ser aberto. Eu estava no Grêmio há uns 20 dias. Tenho vaga lembrança de tudo que aconteceu. Na lembrança que tenho, tinha 23 anos, íamos jogar uma partida e pouco antes subiu uma menina para o quarto. O quarto em que eu estava com mais três jogadores era duplo, tinha duas camas. Essa foi minha participação nesse caso [...] Sou totalmente inocente, não fiz nada. As pessoas falam que houve um estupro. Eu não fiz nada".
Cuca
Técnico do Corinthians

Arrependimento

Cuca avaliou que um de erros foi ter falado pouco sobre o caso que o levou à condenação pela Justiça suíça e alegou não ter podido se defender à época. Segundo ele, a vítima declarou que o treinador - jogador à época - não participou.

"O meu erro foi não ter me defendido. Primeiro, não tinha dinheiro para me defender. Segundo, nem soube que eu tinha sido julgado. Por três vezes, a moça esteve lá na frente. Ficamos para averiguação. Eu juro por Nossa Senhora que eu não estava. Como posso ser condenado pela internet? A internet te julga e te pune".
Cuca
Técnico do Corinthians

Cuca também revelou o desejo de participar de movimentos contra abusos e que defendem as mulheres. "Sou pai, sou avô. Quero que as mulheres estejam cada vez mais protegidas. Mais da metade da torcida do Corinthians é feminina. Um time que tem a causa 'respeita às minas'. Essa causa que está existindo eu quero abraçar também até por proteção às minhas filhas, minha mulher, minha irmã", comentou.

Entenda o caso

Em 1989, Cuca, então meio-campista do Grêmio, foi detido com os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, sob a acusação de "manter atos sexuais" com uma menina de 13 anos, em episódio de 1987.

Os jogadores permaneceram em cárcere por 30 dias. Fernando foi o primeiro a ser liberado, já que a sua participação no ato não foi comprovada. Dois anos mais tarde, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil. Em matéria publicada à época pelo Estadão, o treinador disse que o episódio o fez adquirir "experiência".

Em depoimentos à época, a vítima narrou ter sido segurada à força pelos quatro jogadores. O processo segue sob sigilo protegido pela lei de proteção de dados da Suíça. Cuca nega ter cometido abuso ou violência contra a mulher e alega que não teve a oportunidade de se defender. O julgamento foi feito à revelia, já que todos voltaram ao Brasil.


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