A Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público-GO, tem revelado uma grande rede de manipulação de jogos nos campeonatos mais importantes do Brasil, como os da Série A e B de 2022. Marcelo Paz e João Paulo Silva, presidentes de Fortaleza e Ceará, equipes participantes dos torneios, lamentam a situação e pedem punição exemplar aos envolvidos.
“Muita tristeza. Isso é perder a essência do futebol. O futebol é uma disputa que tem que ser saudável, honesta, não pode ter nenhum tipo de interferência externa, para qualquer situação que seja. Fico triste porque a gente vê atletas com ótimos salários, com uma condição de vida muito melhor do que 98% da população ou mais e se sujeitando a esse tipo de coisa. Desejo que tudo isso seja apurado da melhor maneira, para que todos os envolvidos sejam devidamente punidos e que sirva de exemplo para que outros não queiram fazer o mesmo. Que a punição seja rígida, bem severa mesmo, seja quem for. E que sirva de exemplo para que seja uma situação pontual, para que não volte a se repetir”, disse Paz.
“É um verdadeiro absurdo um jogador de futebol se vender para um mercado de apostas. As autoridades têm que realmente punir. O jogador que se envolve com isso, que faz manipulação de resultado, tem que ser banido do futebol. É um assunto muito sério, preocupante. Se isso ganha uma proporção maior, onde é que vai parar o futebol? Os órgãos responsáveis têm que punir para que esses atletas sejam banidos para os próximos nao fazerem”, destacou João Paulo.
Ceará e Fortaleza disputaram a elite do futebol em 2022. Entre os jogadores suspeitos do esquema de manipulação de jogos, dois atuaram pelo Vovô naquela temporada. Nino Paraíba e Richard Coelho, que acaba de ser afastado pelo atual time, o Cruzeiro, são citados na denúncia do Ministério Público.
Tanto o Tricolor quanto o Alvinegro vão conversar com os atletas para orientar e alertar sobre punições para esse tipo de situação. Marcelo Paz e João Paulo Silva revelaram que o assunto também é discutido entre os presidentes dos clubes.
“Cheguei a ter conversas com alguns presidentes informalmente, em encontros que temos, sobre essa nossa preocupação com manipulação de resultados. Até porque temos que trabalhar de forma séria, e o futebol é uma paixão e tem que ser tratado de forma séria”, detalhou o dirigente do Alvinegro.
“Em grupos de wapp, demonstram preocupação e irritação com isso. Alguns presidentes de clubes que tiveram atletas que participaram se sentem prejudicados. Porque você desenvolve uma relação de confiança com o atleta, né? E é muito ruim quando isso acontece. A gente se sente solidário aos clubes que foram prejudicados de alguma maneira. Mas tem que enfrentar isso com muita verdade e transparência, para que não se torne um hábito e que todos os envolvidos sejam punidos de forma muito forte, para que seja uma punição exemplar e pedagógica”, concluiu Marcelo Paz.