Mãe de Leandro Lo pede justiça após policial que matou o lutador ter perfil reativado

A família do atleta de jiu-jitsu pede que o PM seja exonerado e constantemente protesta por justiça

A mãe do campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo, que morreu após levar um tiro na cabeça em uma briga em um show de pagode em um clube de São Paulo, protestou pedindo justiça após o perfil do policial militar (PM) Henrique Otávio Oliveira Velozo, que matou o atleta, ter o perfil na internet reativado. Ela chegou a convocar uma manifestação para o Presídio Militar, mas após orientação jurídica, cancelou.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, a mãe do lutador se refere ao governador Rodrigo Garcia (PSDB) e pede que o PM seja exonerado. "Ele não merece ser da Polícia Militar. Esse é um pedido de uma mãe; o senhor, como pai, se coloque no meu lugar. Que a justiça seja feita", aparece dizendo. O policial está preso desde o último domingo (7). 

Nesta segunda-feira (15), o deputado disse eme entrevista que "o PM será julgado como um assassino". "O policial está preso, já abrimos um procedimento disciplinar, o salário dele já está suspenso e não tenho nenhuma dúvida que vai terminar o processo disciplinar com a expulsão dele, que não é policial, é assassino", afirmou ele, em sabatina do Valor, O Globo e CBN.

Henrique Velozo foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de homicídio doloso qualificado por motivo fútil, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que também afirmou que a Polícia Militar abriu uma apuração administrativa para investigar o caso.

Investigação 

Segundo Ivã Siqueira Júnior, advogado da família de Leandro Lo, relatou, com base no depoimento de testemunhas, que a discussão começou quando o PM, durante o evento, foi em direção à mesa em que o lutador e outros amigos estavam e começou a mexer nas bebidas. O campeão mundial não teria gostado e, como reação, aplicou um golpe de jiu-jítsu para imobilizá-lo.

"Nesse momento, o rapaz levantou, deu a volta e deu um tiro na cabeça do Leandro", disse o advogado. O policial ainda teria chutado a vítima duas vezes quando ela estava no chão. Ainda de acordo com o advogado, o fato de ser um policial militar teria viabilizado a sua entrada no show com a arma.

Para a famíliade Leandro, o PM Henrique Otávio Oliveira Velozo teria cometido o assassinato de maneira premeditada.

Em 2017, o policial já tinha sido condenado por desacatar e agredir colegas de farda. Em 27 de outubro daquele ano, o PM estava de folga na casa noturna The Week, na Lapa, zona oeste da cidade, comemorando o ingresso do primo na corporação. Eles foram agredidos por outras pessoas e a Polícia Militar foi acionada por volta das 4h20.

Segundo a investigação, Velozo estava nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares que atendiam a ocorrência. Além de desacato, também deu um soco no colega de farda. A reportagem não localizou os responsáveis pela defesa do policial, que segue preso.