O skatista brasileiro Kelvin Hoefler ficou sem medalha em Paris-2024 no skate street e desabafou após perder o pódio para o japonês Yuto Horigome, e os americanos Jagger Eaton e Nyjah Huston. O medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, disse estar cansado após passar mais de 20 anos se dedicando ao esporte. Kelvin terminou na sexta colocação.
"Estou cansado, preciso de férias. Ando de skate há mais de 20 anos. Essa corrida olímpica foi muito cansativa e com um nível muito alto. O que estou escutando é que talvez mude o formato e isso será muito bom para o skate. (Se isso acontecer) acredito que sim (mude minha decisão de não ir a Los Angeles). Não será nesse ritmo que para a nova geração basta aprender duas manobras para ganhar. Eles não têm um leque de manobras tão grande", apontou Hoefler.
Após terminar fora do pódio na final desta segunda-feira (29), na capital parisiense, Hoefler repetiu ao menos três vezes a frase: "Não aguento mais". O brasileiro pretende tirar um ano sabático do skate. "Acompanhar essa nova geração é difícil. Em Tóquio, a competição contava quatro notas, agora foram só três e ainda podia descartar a nota das voltas. Então, a margem de erro em Paris foi muito maior do que no Japão. Acho que tem de mudar para Los Angeles".
Sobre a polêmica ocorrida no início do ano acerca do comando do skate no Brasil, em que a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) fora descredenciada pela World Skate - que organiza os esportes sobre patins e o skate - e reconquistou o controle por meio de decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS), Hoefler foi direto. "Não muda em nada a vida dos skatistas (mudar quem comanda o skate). Se tiver junto ou separado (a CBSk e a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins (CBHP) é a mesma m.. "
Hoefler foi questionado sobre uma eventual distância para o público brasileiro dada a falta de participação em torneios de skate no País. O skatista disse que não participa quando não é convidado e disse supor que questões políticas interfiram na decisão dos organizadores.
"Competir é estressante para caramba. Eu gosto de competir no Brasil, se o pessoal me chamar para participar dos eventos lá, eu vou. Só não vou como intruso. Mas se não me chamam também não ligo. Não sei o porquê de não me convidarem. Acho que por questões políticas. Eu estou na Street League e nos X-Games que são mais importantes por causa dos patrocinadores", afirmou Hoefler.