Quando Paulo Henrique Costa, o “Paulo Borrachinha”, entrou no octógono em março de 2017, em Fortaleza, contra o sul-africano Garreth McLellan, sempre teve em mente chegar ao desafio que terá neste sábado no UFC 253, na Ilha da Luta, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Ele encara o atual campeão Israel Adesanya pelo cinturão dos pesos-médios. O card preliminar do evento começa às 19h30.
De McLellan para hoje, uma sequência impressionante de quatro nocautes e uma vitória pela decisão dos juízes, esta contra o cubano Yoel Romero, em agosto de 2019. E muita provocação contra o atual campeão e adversário desta noite, o nigeriano Israel Adesanya.
Provocação que permaneceu até a pesagem e encarada oficial dos dois lutadores, ontem. Borrachinha entregou uma faixa branca para o oponente enquanto ostentava faixa preta. A atitude irritou o nigeriano, que partiu para o confronto até ser contido pelo presidente do UFC, Dana White.
Dana e seus seguranças tiveram muito trabalho para conter Adesanya e Borrachinha. O brasileiro dizia que queria encarar Adesanya. Este, por sua vez, imobilizado, imitava o famoso golpe do filme “Karate Kid” com braços e pernas. Sem condições de realizar a encarada, Dana White optou por pedir aos seguranças que retirassem os dois do palco por lados diferentes, encerrando a pesagem.
A rivalidade entre os lutadores, hoje uma das maiores da organização, foi impulsionada pelo adiamento do confronto, que ocorreria em março de 2020. O brasileiro teve lesão no bíceps, e não pôde lutar. Mas a série de ofensas dos dois lados continuou.
“Eu acredito que ele tenha boas habilidades. A sua melhor habilidade é fugir, evitar a luta. Ele é especialista nisso, é muito bom quando decide fazer isso. Tentei perguntar a ele porque ficou parado quando enfrentou o (Yoel) Romero. A única coisa mais perturbadora do que o seu cabelo foi a atuação contra o Romero”, declarou o brasileiro, em referência ao combate morno entre o nigeriano e Romero, em março, no UFC 248.
“Ele é burro. É burro e anda pra frente soltando os golpes. É o que realmente deixa a luta empolgante, e o que estou ansioso para vê-lo fazer. Estou ansioso para ver esse ignorante correndo até mim, tentando me atingir, enquanto eu me movimento e o acerto. As únicas pessoas que derrotou dignas de alguma coisa, que eram ranqueadas, foram Hall e Romero. Quem mais ele derrotou no ranking?”, disse Adesanya sobre o confronto do brasileiro.
Lembrança
O confronto entre os dois lutadores, que têm estilos diferentes - o brasileiro mais agressivo e o nigeriano mais habilidoso -, trouxe a comparação com a chamada “luta do século” entre Anderson Silva e Victor Belfort, em 2011, no Rio de Janeiro, também pela categoria dos pesos-médios. Na ocasião, Anderson Silva venceu o compatriota com um nocaute histórico após um chute.