Ceará estima arrecadação de R$ 25 milhões com venda de atletas em orçamento de 2021

Clube tem a negociação de jogadores como um dos pontos previstos no orçamento milionário

O Ceará cresceu em diferentes frentes ao longo da temporada de 2020. A consolidação parte pelo processo de pavimentação liderado por uma gestão responsável e ambiciosa. No avançar do profissionalismo, orçamento de R$ 151,9 milhões previstos para 2021 com um detalhe das fontes de receita: R$ 25 mi com venda de atletas.

O patamar instaurado é fruto da somatória de ativos conquistados nos últimos anos. O Vovô arrecadou caixa, se equilibrou financeiramente e iniciou um novo estágio institucional a partir de participação no mercado com compra de ativos, ou seja, firma contrato com percentual dos direitos econômicos, multa rescisória e não tem pressa na negociação.

No contexto atual, um acordo para saída de qualquer atleta envolve lucro imediato aos cofres alvinegros. E a diretoria busca a valorização das peças do elenco: no último balanço financeiro apresentado, com referência de 2019, a venda se tornou a segunda maior receita: R$ 14.711.623,02.

Do total faturado - com inclusão de fontes como a bilheteria - significou 15%. E foi oriundo de transferências, a exemplo do goleiro Everson e do lateral esquerdo Felipe Jonatan, ambos para o Santos. Apenas com a dupla, o ganho foi de R$ 10 milhões. Desta forma, o Ceará estabelece um novo requisito de negócio ao trabalhar no ganho técnico.

Elenco cobiçado

No processo de montagem do elenco de 2020, o departamento de futebol apostou em três critérios. As nuances envolveram:

  • Retorno técnico: como Fernando Prass, que não devem ser vendido, mas agregou experiência. 
  • Técnico e financeiro: a exemplo de Charles, com qualidade e valor de mercado, mas alto investimento.
  • Maior projeção econômica: caso de Cléber, de baixo custo e com potencial de valorização.

A partir dos resultados em campo, como o título invicto da Copa do Nordeste, as quartas da Copa do Brasil e a possível classificação para a Libertadores na Série A, o clube inicia momento de proteção aos principais nomes e negociação de jogadores com menor espaço.

A aposta orçamentária é de procura pelos destaques do técnico Guto Ferreira. O zagueiro Tiago Pagnussat, por exemplo, teve reunião com representantes do Cerezo Osaka, do Japão, para selar a venda ao exterior - o time tem 40% dos direitos econômicos.

O centroavante Cléber recebeu oferta de R$ 13 milhões do Grêmio durante o Brasileirão e despertou interesse de outras equipes do mercado nacional e internacional. Contexto similar ao do meia Vina, que é especulado em times da 1ª divisão, apesar de multa rescisória milionária.

Receita futura

A importância de formar atletas ou manter parte dos direitos econômicos pode representar um ganho permanente ao longo das temporadas seguintes. A máxima é reforçada através de Arthur Cabral, uma das crias de Porangabuçu.

O Ceará o negociou com o Palmeiras por R$ 3,5 milhões e 50% dos direitos econômicos em 2018. Dois anos depois, o centroavante foi negociado com o Basel, da Suíça, e o Vovô recebeu R$ 9,5 mi. Hoje, caso seja vendido no exterior, o time alvinegro espera receber 15% de mais valia - em formato de negociação que ainda diverge da compreensão da diretoria paulista.