Biden visita a Amazônia e anuncia recursos de US$ 50 milhões para projetos na região

A agenda do democrata prevê que ele visite o Museu da Amazônia (Musa), localizado na Reserva Florestal Adolpho Ducke

O presidente Joe Biden se tornará o primeiro presidente em exercício dos Estados Unidos a visitar a Amazônia, neste domingo (17). Em comunicado sobre a vinda do americano, foi anunciado pela equipe do americano uma lista de "novos esforços" em acelerar a ação global para conservar terras e águas da floresta Amazônica, proteger a biodiversidade e enfrentar a crise climática.

Entre as medidas anunciadas, está um aporte de mais US$ 50 milhões (cerca de R$ 290 milhões) ao Fundo Amazônia. A liberação do dinheiro, porém, depende do aval do Congresso americano, que terá maioria do Partido Republicano na Câmara e no Senado a partir do próximo ano.

O comunicado foi divulgado no mesmo dia em que o presidente dos EUA deve chegar ao Brasil para os encontros do G20, que acontecem até terça-feira (19), no Rio de Janeiro. 

É esperado que ele desembarque em Manaus ainda na manhã deste domingo (17). A agenda do democrata prevê que ele visite o Museu da Amazônia (Musa), localizado na Reserva Florestal Adolpho Ducke.

"Hoje, como parte de sua viagem histórica à Amazônia, o presidente Biden anunciará que os Estados Unidos cumpriram sua promessa histórica de aumentar o financiamento climático internacional dos EUA para mais de US$ 11 bilhões por ano até 2024", diz o comunicado.

Biden visita floresta que quase matou Theodore Roosevelt

O território que Biden visita quase acabou com a vida de um dos antecessores dele, Theodore Roosevelt, quando ele já havia deixado o poder.

A maior floresta tropical do mundo foi quase fatal para Roosevelt, presidente de 1901 a 1909 e conhecido por ser aventureiro. Quatro anos após deixar a Casa Branca, o 26º presidente dos Estados Unidos embarcou em uma expedição de quatro meses pelo território amazônico ao lado do explorador brasileiro Cândido Rondon.

Famoso por ser um grande conhecedor da floresta e defensor das comunidades indígenas, Rondon propôs que os dois seguissem pelo então chamado "Rio da Dúvida".

O afluente de 760 quilômetros nasce no estado de Rondônia, atravessa parte do Mato Grosso e continua até o Amazonas, do qual Manaus é capital e onde alimenta o leito do rio Aripuanã.

A odisseia não saiu como o esperado. Vários membros da expedição morreram e "Teddy", então com 55 anos, contraiu malária e uma infecção na perna, o que o incapacitou para a parte final da viagem.

"'T. R.' estava fora de si no final; Rondon o deu por morto várias vezes", disse seu bisneto Tweed Roosevelt em declarações ao jornal The New York Times em 1992.

A Expedição Roosevelt-Rondon "escapou do desastre" graças a um encontro com seringueiros na confluência do "Rio da Dúvida" com o Aripuanã, em 15 de abril de 1914, segundo a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

Mas a saúde do ex-presidente americano, que faleceu em 1919, nunca se recuperou completamente após a excursão pela floresta amazônica, crucial na luta contra o aquecimento global por sua capacidade de absorver CO2.

Em sua homenagem, o "Rio da Dúvida" passou a ser chamado "Rio Roosevelt".