Qual a fortuna de Silvio Santos? Conheça o império do apresentador
Carreira do apresentador na comunicação começou na Rádio Guanabara, no Rio de Janeiro, e deu origem a uma das maiores emissoras de televisão do País
Empresário, comunicador e dono de uma das maiores emissoras de televisão do País, Silvio Santos faleceu na madrugada deste sábado (17), aos 93 anos. Além de um grande legado para a comunicação brasileira, o artista também deixa uma fortuna bilionária, adquirida ao longo dos quase 60 anos de carreira.
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O empresário tinha uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão, o que o colocava na 209ª posição do ranking de bilionários brasileiros da revista Forbes.
A entrada do apresentador no ranking ocorreu em 2013, consagrando-o como a “primeira celebridade bilionária brasileira”. À época, o Grupo Silvio Santos já tinha mais de 30 empresas em seu portfólio.
Como o império se construiu
O caminho para a construção do império de Silvio começou de maneira simples. Na década de 1950, Silvio trabalhava como camelô quando a voz e o carisma chamaram a atenção de veículos no Rio de Janeiro. O talento deu origem a um convite para um teste na Rádio Guanabara, onde começou a carreira como comunicador, trabalhando como locutor.
Aos 20 anos, mudou para São Paulo e trabalhou na Rádio Nacional. Pouco tempo depois, passou a administrar o Baú da Felicidade, empresa que vendia brinquedos por meio de carnês. Com a boa gestão, assumiu o controle da empresa e ampliou os crediários do Baú para produtos maiores, como carros e casas.
Em 1963, Silvio estreou o Programa Silvio Santos, na TV Paulista. A atração ainda chegou a ser exibida na TV Globo de São Paulo, mas, em 1976, Silvio deixou o canal e inaugurou a TVS, que deu origem ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). A estreia da nova emissora levou ao ar, novamente, o programa Silvio Santos, no dia 19 de agosto de 1981.
Atualmente, o SBT alcança cerca de 70 milhões de lares brasileiros e possui 114 emissoras afiliadas em todo o País. Outros negócios famosos de Silvio Santos são a empresa de cosméticos Jequiti e o extinto banco PanAmericano, que foi vendido para o BTG Pactual por R$ 450 milhões em 2011.
Baú da Felicidade e Tele Sena
Em 1958, Silvio passou a administrar o Baú da Felicidade. Mediante grande capacidade de persuasão e visão empresarial, logo fez a empresa crescer. Pouco tempo depois, assumiu o controle total do negócio.
Nos anos seguintes, o sistema de crediários do Baú foi ampliado para produtos variados, incluindo carros e casas.
A administração de negócios corria paralelamente à carreira de apresentador. Em 1965, Roberto Marinho comprou a emissora, e o programa continuou a ser exibido pela TV Globo, apenas para São Paulo.
Por sua vez, em 1969, passou a ser transmitido em rede nacional. O programa ficou no ar até 1976, quando Silvio deixou a TV Globo. Nesse mesmo período, foram criados outros projetos do que formaria o portfólio do Grupo Silvio Santos, como a Baú Financeira (1969) — que deu origem ao banco PanAmericano — e à famosa Tele Sena.
Uma emissora própria
Conforme o g1, o sucesso como empresário e apresentador já tinham despertado em Silvio Santos o interesse em ter sua própria emissora de televisão.
Em 1976, ele inaugurou a TVS. Ao receber novas concessões de transmissão, a emissora deu espaço ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que foi ao ar pela primeira vez em 19 de agosto de 1981. Na estreia, foi ao ar o já conhecido Programa Silvio Santos.
Ao longo dos anos, passaram pela programação atrações que marcaram a história da televisão brasileira, como “Topa Tudo Por Dinheiro” e “Roda a Roda”, ambos apresentados por Silvio, e o “Domingo Legal” — comandado por Gugu Liberato.
A Jequiti
Da comunicação ao ramo de cosméticos. Silvio Santos fundou a Jequiti em outubro de 2006 num mercado dominado por marcas como Natura e Avon na venda direta, também chamada de “porta a porta".
Com preços populares, a empresa entrou na disputa com linhas de produtos para banho, rosto, corpo, cabelos e maquiagem.
Atualmente, a Jequiti é uma das maiores empresas do segmento no país e está em todo o território brasileiro, com 260 mil consultoras em seu portfólio e um valor de mercado de cerca de R$ 450 milhões. Atualmente, há discussões sobre a venda da empresa para a farmacêutica Cimed.
A Jequiti foi a segunda linha de cosméticos do Grupo Silvio Santos, que já tinha adquirido, em março de 2006, a SSR Comércio de Cosméticos, licenciada para produzir cosméticos com a marca Disney e dona da marca Hydrogen.
O Banco PanAmericano
“Vendi o banco”, disse Silvio Santos em janeiro de 2011, após uma série de polêmicas envolvendo o PanAmericano. “Não podia deixar de vender. Porque o meu banco não deu prejuízo para ninguém. O meu banco teve um bom comportamento. Talvez tivesse sido mal administrado, e essa má administração provocou aquilo que todos vocês conhecem”.
Em novembro de 2010, após o Banco Central identificar um rombo nas contas da instituição, o PanAmericano recebeu um aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), um órgão criado por determinação do governo federal e abastecido com fundo das próprias instituições financeiras. Os bens do Grupo Silvio Santos foram colocados como garantia.
De acordo com o BC, o PanAmericano mantinha no balanço carteiras de crédito que já haviam sido vendidas a outros bancos, entre outras operações que inflavam o resultado da instituição.
“Agora eu estou livre. A televisão [SBT] que vocês queriam comprar, ou que alguém queria comprar, não está mais à venda. A Jequiti não está mais à venda. As Lojas do Baú não estão mais à venda. A única coisa que foi vendida foi o banco”, disse Silvio em 2011.