Sócio de Nego Di segue foragido da Justiça; humorista teve habeas corpus negado

O influenciador digital está preso em um presídio de Canoas, no Rio Grande do Sul

Também investigado por estelionato, o sócio de Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di segue foragido. A dupla abriu a loja virtual, "Tadizuera", que vendia produtos com preços abaixo do mercado, que nunca foram entregues aos clientes. Na noite de segunda-feira (15), a Justiça do Rio Grande do Sul negou o habeas corpus da defesa do influenciador e humorista. 

O ex-BBB 21 está preso em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, desde o último domingo (14). A decisão foi assinada pelo desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto, da 7ª Câmara Criminal. 

Nego Di é acusado da prática de crimes de estelionato qualificado pela fraude eletrônica e investigado, dentre outros, por crimes de lavagem de dinheiro, fraude tributária e rifa eletrônica. 

A decisão diz ainda que o humorista segue promovendo "reiteradamente, rifas eletrônicas com premiações em dinheiro e bens de alto valor que não teriam sido entregues às vítimas, revelando os dados obtidos com a quebra de sigilos fiscal e bancário que vultosos valores delas resultantes tiveram como destinatária Gabriela Vicente de Sousa (companheira de Dilson), sendo posteriormente repassados a terceiros, dentre eles a mãe do paciente (Nego Di)".

Ainda conforme o desembargador, constas outras atividades ilícitas do influenciador, como a compra de um automóvel em espécie no valor de R$ 519 mil, no dia 2 de março de 2024, e publicação de um vídeo no qual aparece com uma "mochila cheia de dinheiro, que expôs, em pilhas, para aquisição de um veículo BMW Z4".

O que diz a defesa de Nego Di

Em nota enviada ao g1, a defesa de Nego Di informaram que "mantém a confiança de que o Poder Judiciário verificará a desnecessidade da prisão preventiva neste momento, considerando os fatos e as circunstâncias do caso". 

Entenda

Nego Di foi preso pela Polícia Civil nesse domingo (14), na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina. Na última sexta (12), o influenciador e ex-BBB havia sido alvo de uma operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro.

A prisão preventiva foi decretada, contudo, por outro crime, de estelionato. Ele é suspeito de lesar pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos por meio de uma loja virtual da qual é proprietário – mas os produtos nunca foram entregues.

A investigação da Polícia Civil indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a ele na época, em 2022, passa de R$ 5 milhões. A loja virtual, "Tadizuera", operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022.

Nesse período, a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar. Nego Di fazia a divulgação em perfis nas redes sociais dos produtos à venda, a exemplo de aparelhos de ar-condicionado e televisores, muitos deles com preços abaixo do de mercado – uma televisão de 65 polegadas, por exemplo, era vendida a R$ 2,1 mil.

Parte dos seguidores, que hoje passam de 10 milhões, comprou os produtos, mas nunca recebeu, conforme a Polícia Civil. A investigação aponta que não havia estoque, e que Nego Di enganou os clientes prometendo que as entregas seriam feitas, apesar de saber que não seriam. Ainda assim, movimentou dinheiro que entrava nas contas bancárias da empresa.

Autoridades policiais estimam que o prejuízo dos clientes lesados seja superior a R$ 330 mil, mas como as movimentações bancárias são milionárias, a suspeita é de que o número de vítimas do esquema seja maior, só que essas pessoas não procuraram a polícia para representar criminalmente contra o influencer.