A cantora e ex-BBB Pocah comentou, durante participação no programa 'Papo de Segunda', do GNT, das agressões sofridas por ela enquanto estava grávida da filha e vivia um relacionamento abusivo.
Segundo a artista, família e amigos a alertaram sobre como o envolvimento era perigoso. Chorando ao finalizar o relato no programa, Pocah afirmou que chegou a ter "medo de morrer" enquanto era agredida.
"Havia agressões físicas, verbais e psicológicas, manipulação, meu temor a Deus. Sou uma pessoa que tenho uma ligação com Deus muito grande e essa pessoa usava a minha fé", explicou a cantora.
Pocah disse que o ex-namorado chegou a afirmar possessão pelo diabo durante as discussões. "Era pesado. Em diversos momentos fui agredida, queria ir embora e ele dizia que estava sendo usado pelo diabo e que aquilo era o testemunho da nossa vida", disse.
Agressões contínuas
A artista carioca contou que o relacionamento continuou durante bastante tempo, até mesmo durante a gestação da filha, e que o medo das ameaças a fez perdoar as situações.
"Eu perdoei uma vez, perdoei duas vezes, três vezes e muito mais. Sabe porquê? Porque eu tinha medo das ameaças que eu recebia. Tinha medo de morrer em diversos momentos em meio a essas brigas", comentou.
Durante a gravidez, inclusive, a cantora explicou que as agressões não cessaram. Em uma das ocasiões, ela disse ter levado chutes do então companheiro.
A partir do nascimento da filha, a situação mudou de figura. "Quando ela nasceu, eu falei: 'Eu tenho que mudar isso. Eu não admito mais manter isso aqui ou eu vou morrer e a minha filha depende de mim, não posso deixar minha filha na mão desse cara'".
Pocah relatou que o namorado era sócio de trabalho na época e pessoas próximas, inclusive a sogra, nunca a ajudaram em meio ao sofrimento. "Essas pessoas viam tudo e quando ele colocou o dedo na minha cara e quase me cegou, meu olho sangrava muito. E a mãe dele dizia para ele não me levar no hospital porque eu ia jogar ele na cadeia".
Denúncia
Mesmo com o relato forte, Pocah contou que não teve coragem de denunciar as agressões à polícia na época. Conforme as declarações da entrevista, o medo a impediu de ir além.
Agora, ela explica, expor o relato ainda é complicado. "É difícil sentar aqui e tocar em feridas profundas, as piores e mais profundas que eu tenho. Eu gostaria que eu não tivesse vivido isso. Gostaria que não tivesse passado um terço do que passei", diz.
Sendo assim, a mensagem que passa por meio da música também é para outras mulheres. "Quando eu falo 'ninguém manda nessa raba', quando eu digo que sou uma mulher livre, que eu sou dona da minha vida, que eu gostaria que todas as mulheres fossem donas de si, sem submissão. Isso não é futilidade, gente. É querer liberdade pra todas as mulheres", finalizou.