Nego Di é transferido para presídio de Canoas (RS)

Conforme a Polícia Civil, o influenciador debochava das vítimas em vídeo

Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, preso pela Polícia Civil nesse domingo (14), foi transferido para o presídio em Canoas, no Rio Grande do Sul. O influenciador, ex-BBB e humorista é investigado por lavagem de dinheiro e estelionato, após lesar pelo menos 370 pessoas

À revista Quem, o advogado de defesa do artista, Hernani Fortini, alegou que a captura dele é "ilegal". Esperamos e confiamos que a Justiça identificará que a prisão preventiva dele é ilegal e sem fundamento. Não tem fundamento jurídico no momento. E estamos tomando as medidas cabíveis", alegou o jurista

A defesa informou ainda que acredita na inocência do influenciador. "Pedimos à mídia e ao público que tenham cautela na divulgação de informações sobre o caso, uma vez que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem e à carreira de Nego Di", disse. 

Nego Di debochava de vítimas

Durante coletiva de imprensa, Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, da Polícia Civil, contou no último domingo (14) que Nego Di debochava de vítimas. 

"Há inclusive vídeo em que Nego Di se manifesta de forma debochada brincando em relação às pessoas que não receberam os bens, enquanto se desloca em carro de luxo, uma Mercedes branca, conversível, chegando em seu restaurante", comentou Reschke.

Entenda

Nego Di foi preso pela Polícia Civil nesse domingo (14), na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina. Na última sexta (12), o influenciador e ex-BBB havia sido alvo de uma operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro.

A prisão preventiva foi decretada, contudo, por outro crime, de estelionato. Ele é suspeito de lesar pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos por meio de uma loja virtual da qual é proprietário – mas os produtos nunca foram entregues.

A investigação da Polícia Civil indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a ele na época, em 2022, passa de R$ 5 milhões. A loja virtual, "Tadizuera", operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022.

Nesse período, a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar. Nego Di fazia a divulgação em perfis nas redes sociais dos produtos à venda, a exemplo de aparelhos de ar-condicionado e televisores, muitos deles com preços abaixo do de mercado – uma televisão de 65 polegadas, por exemplo, era vendida a R$ 2,1 mil.

Parte dos seguidores, que hoje passam de 10 milhões, comprou os produtos, mas nunca recebeu, conforme a Polícia Civil. A investigação aponta que não havia estoque, e que Nego Di enganou os clientes prometendo que as entregas seriam feitas, apesar de saber que não seriam. Ainda assim, movimentou dinheiro que entrava nas contas bancárias da empresa.

Autoridades policiais estimam que o prejuízo dos clientes lesados seja superior a R$ 330 mil, mas como as movimentações bancárias são milionárias, a suspeita é de que o número de vítimas do esquema seja maior, só que essas pessoas não procuraram a polícia para representar criminalmente contra o influencer.