A pedido da defesa do filho adotivo de Cid Moreira, Roger Moreira, foi protocolado na Justiça um inquérito para apurar os crimes de homofobia e trabalho infantil supostamente cometidos pelo jornalista. Nesta segunda-feira (18), Roger declarou ter sido retirado de casa após se assumir homossexual. As informações são do colunista Leo Dias, do portal Metrópoles.
As denúncias foram formalizadas ao Ministério Público do Rio de Janeiro na última quinta-feira (14). Além de ser tirado do próprio lar, Roger acrescentou que foi demitido das gravações da Bíblia. "Quando um dia resolvi me declarar gay, aos 29, eu esperava receber o apoio em casa", relatou o filho adotivo do ex-âncora do Jornal Nacional.
No entanto, detalhou que, logo após se assumir gay, perdeu o refúgio de sua casa. "Fui colocado pra fora de casa e demitido dos trabalhos da Bíblia. Eles tinham medo de como as pessoas iriam ver um gay gravando a Bíblia”, disse.
Em relato ao colunista, Roger acrescentou que trabalhava durante várias horas ao dia nas gravações da Bíblia, mas recebia apenas R$ 300 de mesada.
Era responsável por gravar, editar, mixar e masterizar as gravações. Roger Moreira compartilhou que fez mais de 20 gravações da Bíblia a pedido do pai.
“Nunca dependi de nenhum centavo do Cid Moreira para sobreviver. Aliás, na maior parte da minha vida com ele, eu recebia uma mesada de R$ 300 que depois de muitos anos passou a ser R$ 1 mil. Nunca recebi nenhuma fortuna, como talvez possam pensar“.
Denúncia do filho
Roger Moreira acusou Cid Moreira de afastá-lo da escola para trabalhar, incluindo acompanhá-lo em eventos noturnos proibidos para menores. Roger disse ter sido adotado aos 14 anos.
Dentre os locais que ele diz ter sido obrigado a frequentar nesta idade, estão clubes noturnos e casa de jogos. O documento alegou que o jornalista tinha o intuito de ter "uma espécie de empregado".
Outra acusação foi a tentativa de deserdá-lo sob a justificativa de o jovem ser gay. Como não conseguiu concluir o processo (legalmente a adoção não pode ser revertida), Cid e a esposa, Maria de Fátima, estariam se desfazendo do patrimônio para evitar que o jovem tenha acesso aos bens que herdaria.
No processo, o advogado de Roger alegou que Cid tenha adotado o menor para empregá-lo e ainda teria o impedido de estudar: “afrontou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA ) e burlou a lei de adoção ao tentar deserdar o filho”, atribuiu.
Críticas à denúncia
No entanto, o advogado de Cid declarou que Roger Moreira mentiu em relação à idade em que foi adotado. Conforme Fernando Ayres, o filho adotivo foi adotado com 25 anos e não com 13, como afirmou anteriormente.
“Ele foi adotado por influência da ex-mulher do Cid que era a tia (Ulhiana Naumtchyk) dele. E quando ele diz que ele foi adotado com 13 anos é mentira. Ele foi adotado com 25 anos, maior e capaz”.
O advogado compartilhou que Cid Moreira não teria adotado Roger se fosse, de fato, homofóbico. “Ele inventou essa tese de homofobia que foi adotado aos 13 anos. Ele tem pai e mãe (biológicos) vivos e mesmo assim o Cid sempre teve a maior amizade e, de repente, ele se voltou contra ele”.
Além disso, Motta ainda detalhou que uma das queixas-crime movidas contra Maria de Fátima, esposa do ex-apresentador, foi arquivada por falta de provas.