Dia do sexo: saiba como surgiu e ideias para comemorar a data

Sexóloga lista os benefícios de se praticar a atividade e indica formas de celebrar o dia

Nesta terça-feira (6) é comemorado o Dia do Sexo, atividade que vai além da reprodução para a espécie humana. Reduzir o estresse, aumentar a imunidade, queimar calorias, melhorar o sono, os benefícios de praticar o ato são diversos, segundo a sexóloga Josi Mota. 

"A data traz a possibilidade de falarmos sobre sexo. Não digo a obrigação de fazer, pois, tem que desejar, mas pelo menos falarmos sobre algo que é tão próprio do ser humano. Não estou falando só da reprodução, falo da conexão que temos necessidade. O ser humano gostar de estar com outros. A gente gosta tanto de estar perto, mas tão perto, que quer estar dentro", diz. 

Além do outro, a prática também foca na autossatisfação e contribui para o desenvolvimento e aumento do amor-próprio. Se apaixonar por si mesmo ou por outra pessoa é uma consequência química desencadeada por substâncias liberadas durante o exercício.  

“Independente de termos ou não um orgasmo, se o ato sexual foi desejado, nos liberamos inúmeros hormônios, dentre eles a oxitocina, que é considerado o ‘hormônio do amor’. Quando falo em amor, é porque ela libera uma sensação de bem-estar tão grande, quase como se você estivesse apaixonado, inclusive por você mesmo”, detalha a especialista. 

“Se tivermos um orgasmo, o plus vai um pouquinho mais acima, por que a pessoa acaba tendo a capacidade de resetar todas as tensões e preocupações. Você inclusive tem a sensação de leveza, de estar mais tranquilo, devido à diminuição do hormônio do estresse”, completa.  

No entanto, apesar de todos os benefícios aliados ao sexo, Josi Mota destaca que existem aspectos relacionados a atividade que causam reações negativas. Consentimento e a reciprocidade do desejo sexual no outro são classificadas pela profissional como primordiais.   

“É importante dizer que o sexo vai ser bom se ele for desejado. O sexo não desejado ou obrigado, ou forçado, ou quando a pessoa se sente culpada e quer fazer aquilo só para agradar o outro, é um sexo que não vai fazer nenhum benefício, ao contrário, vai ser um malefício”, frisa.  

Qual é o dia do sexo  

O Dia do Sexo é celebrado no dia 6 de setembro, ou seja 6/9. Os números fazem uma alusão a uma das posições sexuais mais famosas, a 69 (meia-nove), em que os parceiros podem realizar sexo oral simultaneamente um no outro.   

Como surgiu o dia do sexo  

O dia não faz parte do calendário oficial, na verdade, foi criado em 2008, através de uma campanha publicitária de uma marca de preservativos, a Olla, que na época foi um sucesso. Desde então, ele integrou o imaginário do brasileiro como uma comemoração anual simbólica.  

A data utilizada pelo mercado para promover produtos e ações relacionados ao assunto no período. Mas além da questão comercial, a sexóloga destaca que o dia é importante ao lançar luz sobre o assunto, envolto por tabus e censura.   

“Falar sobre sexo, em todos os contextos, de forma positiva, inclusive sobre proteção, abusos, desejo sexual dentro de uma relação ou fora dela, de quem paga o motel, de mulher que transa no primeiro encontro. Todas essas coisas nesse momento, de forma indireta ou diretamente, são levantadas, porque a gente passa a falar sobre a sexualidade como um conjunto e nesse ponto eu acho muito saudável”, afirma.  

O que fazer no dia do sexo 

Ir ao um lugar especial com alguém, como um motel, testar um brinquedo erótico novo sozinho ou acompanhado, as possibilidades para comemorar a data são inúmeras e adaptáveis para todos. Respeitar o desejo próprio, e estimular a sexualidade, sem necessariamente praticar o ato em si, são algumas das opções listada pela especialista.  

“Tem várias formas de passar o Dia do Sexo, e acho que a gente tem que pensar não só em passar com os outros, mas você pode passar com você mesmo, fazendo uma coisa que você curta. Seja assistindo um filme, até mais erótico dessa temática, ou usando seu vibrador, ou mesmo se estimulando com as mãos, passando com alguém, realizando uma fantasia sexual”, exemplifica Josi Mota.  

"Mas principalmente pensar em como estar a sexualidade: 'como está minha sexualidade?'. Seja solteiro ou estando com alguém, fazer desse dia algo que de alguma forma a sua sexualidade esteja presente. Colocar isso no seu dia para que você de alguma forma existe, priorize”, indica.  

Dicas de filmes para o dia do sexo 

A sexóloga listou alguns livros, filmes e série que podem ser consumidas na data.  

Série 

Josi Mota indica a produção recente do serviço de streaming Netflix, a série Sex Life. A obra conta a história uma mulher casada e mãe de dois filhos que não consegue parar de pensar no passado, em especial em um ex-namorado com quem teve um relacionamento tórrido.  

A primeira temporada do drama romântico, dividido em oito episódios, repercutiu nas redes sociais devido a uma cena de nu frontal do ator Adam Demos, que interpreta o antigo namorado da protagonista.  

Filmes 

Clássico do cinema norte-americano, Uma Linda Mulher também é boa pedida, segundo a profissional, que destaca que apesar de não ter cenas explícitas considera a produção erótica. O longa-metragem ganhou como melhor filme Comédia no People's Choice Award, além de render um Globo de Ouro de melhor atriz em Comédia e Atriz de Cinema Favorita para Julia Roberts.  

Na obra, o magnata perdido (Richard Gere) pede ajuda de uma prostituta (Julia Roberts) que "trabalha" no Hollywood Boulevard e acaba contratando-a por uma semana. Neste período, ela se transforma em uma elegante jovem para poder acompanhá-lo em seus compromissos sociais, mas os dois começam a se envolver e a relação patrão/empregado se modifica para um relacionamento entre homem e mulher. 

A outra indicação da especialista é o Nove Canções, longa-metragem que conta com cenas de sexo explícito e mostra o relacionamento de Matt (Kieran O'Brien) e Lisa (Margo Stilley). Ele e a jovem estudante americana se conhecem em meio a um show durante o verão de 2003 em Londres. Eles logo se apaixonam e vivem um intenso relacionamento sexual entremeado por vários shows. 

Livros 

Josi Mota recomenda dois livros: o best-seller internacional Sexo no Cativeiro, da psicoterapeuta belga Esther Perel, que explora a paradoxal união entre a rotina do casamento e desejo sexual e explica o que é necessário para trazer a sensualidade de volta ao lar.  

A segunda indicação é o Casa dos Budas Ditosos do baiano João Ubaldo Ribeiro. A obra, considerada a mais ousada da lista literária da sexóloga, é narrada por uma mulher, de 68 anos, nascida na Bahia, que conta a própria vida, e de como jamais se furtou a viver as infinitas possibilidades do sexo.