O hospital onde a atriz Klara Castanho permaneceu internada, na Região Metropolitana de São Paulo, informou, nesse domingo (26), que será aberta uma sindicância interna para investigar a denúncia feita pela artista de que uma enfermeira teria ameaçado divulgar para a imprensa o fato dela ter entregado para adoção o bebê fruto de estupro que sofreu.
A instituição de saúde diz na nota que "tem como princípio preservar a privacidade de seus pacientes bem como o sigilo das informações do prontuário médico. O hospital se solidariza com a paciente e familiares e informa que abriu uma sindicância interna para a apuração desse fato". As informações são do portal g1.
A atriz publicou uma carta aberta nas redes sociais, no sábado (25), em que narrava ter sido vítima de um estupro, engravidado e entregado o bebê para a adoção. O Estado da Criança e do Adolescente (ECA) prevê legalmente a entrega voluntária de crianças para a adoção, em um procedimento assistido pela Justiça.
Também nesse domingo, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) informou que investigará a denúncia da atriz. Na nota, o órgão manifestou solidariedade à jovem e disse que "adotará os procedimentos necessários para a devida investigação, como ocorre em toda denúncia sobre o exercício profissional".
Entenda o caso
A atriz Klara Castanho publicou carta aberta relatando ter sido vítima de estupro quando estava longe de familiares e amigos. A atriz ainda relatou que engravidou e entregou a criança direto para adoção. Em publicação no Instagram, compartilhou que não sabia sobre a própria gravidez.
Após a violência sexual, Klara tomou a pílula do dia seguinte e tentou seguir a vida apesar do trauma. No entanto, após sentir muitas dores, foi ao médico e descobriu a gravidez em meio a uma tomografia.
"Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término da gestação quando eu soube. Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso e nem barriga", detalhou.
A atriz ainda sofreu violência médica depois a descoberta da gravidez. "Esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo. Essa foi uma da série de violências que aconteceram comigo", disse.
Então, procurou uma advogada e tomou a decisão de entregar a criança diretamente para adoção.
Ameaça do vazamento
No dia do nascimento, uma enfermeira ameaçou Klara de vazar a informação, enquanto ela ainda estava sob efeito da anestesia. "Imagina se tal colunista descobre essa história", disse a profissional de saúde.
"Quando cheguei no quarto já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro"
Segundo ela, estava buscando resguardar a vida e o futuro da criança. "Como mulher, fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam", apontou.
Para ela, é doloroso ter que se pronunciar sobre um assunto tão íntimo. "Me faz ter que continuar vivendo essa angústia que carrego todos os dias", concluiu.
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